Manchester com o coração nas mãos

A woman lays flowers for the victims of the Manchester Arena attack, in central Manchester, Britain May 23, 2017. REUTERS/Darren Staples

Manchester com o coração nas mãos

REUTERS/Darren Staples

Como já deves ter lido nos jornais ou visto na televisão, Manchester, uma cidade do Reino Unido, está virada do avesso. Está de luto. Em choque. Ontem à noite, depois do concerto da cantora Ariana Grande, no Manchester Arena, houve uma explosão e morreram 22 pessoas e 58 ficaram feridas, segundo os últimos dados fornecidos pelas autoridades. Como imaginas, a cidade, o país, e todo o mundo, estão em choque com o que aconteceu, até porque há crianças e adolescentes entre as vítimas. Uma menina de oito anos e uma jovem de 18 foram os rostos das primeiras mortes confirmadas. O nosso país está atento ao que se está a passar e anunciou que, até este momento, não há conhecimento de vítimas mortais portuguesas.

Esta é uma situação muito difícil de tratar. Bombeiros, médicos, enfermeiros, socorristas fazem o que podem. A polícia tenta encontrar explicações para o que já está confirmado como atentado terrorista. Pelas 22.30 horas, ouviu-se uma explosão junto ao local do concerto, no exterior do Manchester Arena, e tudo indica que tenha sido um bombista que levava uma bomba consigo e a fez explodir. Esse bombista, como chamam aos que fazem explodir bombas, morreu. A polícia tenta perceber quem era e as razões deste ataque. E entretanto deteve um homem de 23 anos, no sul de Manchester, suspeito de estar ligado a este ataque.

Estes atentados surgem sem aviso e abalam o mundo. É bastante complicado encontrar palavras para explicar o que está a acontecer, até porque o risco tem imprevisibilidade e os ataques têm atingido diversos pontos da Europa e do resto do mundo. As atenções estão viradas para Manchester e as condolências surgem de todo o lado.

A cantora norte-americana Ariana Grande, que não ficou ferida, está naturalmente destroçada com o que aconteceu e cancelou os espetáculos que tinha na sua agenda. Os seus lamentos estão no Twitter. “Desfeita. Do fundo do meu coração, lamento imenso. Não tenho palavras”, escreveu. A cantora tinha acabado de dar um concerto para cerca de 21 mil pessoas.

Um caso como este deixa uma cidade de pernas para o ar. Virada do avesso. Com a confusão da explosão, as pessoas procuraram refúgios, houve hotéis que receberam quem estava em pânico e fugia e gente que abriu as portas de suas casas para ajudar. Esta manhã vários pais procuravam os filhos para perceber se estavam bem (muitos deles separaram-se devido à confusão que se instalou após o espetáculo). Os feridos estão em seis hospitais da área de Manchester.

Há coisas que são difíceis de entender e esta é uma delas. A polícia continua a investigar para tentar perceber quem explodiu a bomba e se há ou não aqui alguma ligação a uma rede terrorista – o atentado foi reivindicado pelo Estado Islâmico. A estação de Manchester Victoria foi evacuada por precaução.

O Reino Unido vai ter eleições a 8 de junho e os políticos andam envolvidos nos preparativos mas, com o que aconteceu, a campanha política foi suspensa. A primeira-ministra Theresa May pediu uma reunião de emergência esta manhã. Amber Rudd, que tem a pasta da Administração Interna, já lamentou o que aconteceu e disse que este é um “ataque bárbaro, dirigido aos mais vulneráveis da nossa sociedade, jovens, crianças num concerto de música pop”. Mas deixou bem claro que esta explosão nunca irá dividir o país.

Sara Dias Oliveira