O álcool não é uma coisa cool (e destrói o cérebro)

O álcool não é uma coisa cool (e destrói o cérebro)

O corpo está numa fase de crescimento, a cabeça pensa em tanta coisa, e o álcool vem à conversa. Experimentar ou não experimentar? Beber ou não beber? Há muita curiosidade, o que é normal. Mas, na verdade, o que é que o álcool faz à saúde?

Os teus amigos pressionam-te?

O que fazer quando alguém te convida para beber álcool? Como responder?

Quem bebe água não tem de ter vergonha de o fazer. És capaz de ser cool bebendo água? Claro que sim! Beber não é próprio da tua idade e é preciso também pensar nas consequências que traz para a saúde.

Mas se insistem e insistem, desafiam e gozam? Não é preciso ter vergonha em rejeitar o álcool e um verdadeiro amigo não humilha por causa disso.
“Ser cool é uma atitude de boa disposição e simpatia que não deve estar dependente da bebida”, refere Manuela Grazina. E deixa um conselho: “Assumir a liberdade de ser diferente”.

E em vez de te deixares influenciar por quem bebe bebidas alcoólicas, podes liderar e influenciar os outros a beber água ou outra bebida não alcoólica.
Ser cool também deve ser uma forma de vida saudável!

Quando experimentar?

Qualquer decisão implica responsabilidade. Aqui não é diferente. Mas os especialistas avisam que a área do cérebro responsável por tomar decisões só está “madura” a partir dos 21 anos de idade. “Evitar o álcool antes da idade adulta é proteger o cérebro”, refere Manuela Grazina. Não basta beber, é preciso perceber que o álcool pode causar danos e lesões no corpo e na mente.

O álcool não tem de ser uma coisa proibida. Quando fores adulto, vais entender que, também aqui, é preciso moderação.

A maturidade é essencial. “Tomar uma bebida com baixo teor de álcool num jantar de amigos pode fazer parte de um processo de socialização saudável na vida adulta, quando o organismo está preparado para lidar com a substância”, afirma a investigadora.

Os efeitos do álcool?

O QUÊ????

Há bebidas com elevado teor alcoólico que contêm substâncias psicoativas que influenciam a memória e o comportamento, para além dos efeitos que o álcool provoca. O absinto é um exemplo.

Os adolescentes que iniciam o consumo de álcool antes dos 15 anos têm quatro vezes mais probabilidades de ser adultos dependentes do álcool.

Pelas características genéticas, há pessoas que têm uma capacidade bastante baixa de interagir com o álcool e os riscos para a saúde aumentam se ingerirem bebidas alcoólicas.

Há uma lei que proíbe a venda e consumo de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.

Os traumatismos são uma das principais causas de morte na adolescência e cerca de 40% das entradas nos hospitais portugueses, nessa fase da vida, estão relacionados com traumas por consumo excessivo de álcool.

Textos: Sara Dias Oliveira

Ilustração: Francisco Araújo