De olhos bem abertos, sem confiar demasiado. Os esquemas são rebuscados com armadilhas requintadas. Por isso, atenção, isto não é uma brincadeira.
Alerta, burla, phishing
Está no dicionário e deveria estar na cabeça de toda a gente. Burla é qualquer atividade fraudulenta, deliberada e preparada, para obter dinheiro, informações pessoais e sensíveis, ou seja, enganar. As burlas online, ao contrário das tradicionais, são impessoais, feitas à distância, sem confronto direto, cara a cara, frente a frente. Portanto, mais fáceis de fazer, mais difíceis de detetar. E como toda a gente passa muito tempo online, mais probabilidade de acontecer.
O tão falado phishing, essa utilização de emails ou mensagens de texto para enganar e obter dados confidenciais, como passwords, números de contas bancárias, e por aí fora, é cada vez mais comum. E as redes sociais são um terreno fértil para burlar, todo um campo de ação para spammers, os burlões que enviam spam, esses ataques cheios de armadilhas que descobrem o teu email, perfil de Facebook ou Instagram, ou presença no WhatsApp. Lojas que oferecem cartões de 500 euros? É para desconfiar.
Emails suspeitos. O que fazer?
Um email inesperado com uma mensagem que não bate certo com nada do que se está à espera e que te direciona para um site estranho? É preciso atuar, denunciar às autoridades policiais, reencaminhar o que se recebeu para quem entenda do assunto, e eliminar tudo.
Dar conhecimento ao teu serviço de email é uma possibilidade. Tens Gmail? Então é assim: selecionas os três pontos verticais ao lado do botão “Responder”, abres o menu “Opções”, escolhes “Reportar phishing” para iniciar o relatório e exibir o pop-up de confirmação. Por fim, selecionas “Comunicar mensagem de phishing” para confirmar o teu relatório. Esta operação de denúncia só pode ser feita no computador, não dá no telemóvel. No telemóvel, podes bloquear o email e denunciá-lo como spam.
Sites falsos. Como detetar?
O objetivo desses mal-intencionados é que cliques em hiperligações, cedas dados pessoais, ainda para mais num tempo em que a maioria das operações é feita online. Eis alguns passos para perceberes se o site é ou não de confiança. Verificar o URL, o domínio, sem https, o site não será seguro. Avaliar o conteúdo, se tem erros ortográficos, imagens de baixa resolução, se não disponibiliza qualquer contacto. Se é assim, alerta máxima. Podes verificar quem é o proprietário do site através da pesquisa Whois. É gratuita. E vasculhar para ver se há mais pessoas que se queixam do site supostamente fraudulento.
Compras online, todo o cuidado é pouco
Saber o máximo possível da empresa ou marca que está a vender. Verificar que o site é credível e escolher uma maneira de pagamento segura (carteiras virtuais ou cartões temporários). Desconfiar de produtos com preços muito abaixo do valor de mercado. Ler com atenção a política de trocas e devoluções, estar alerta sobre encargos adicionais, guardar comprovativos da compra. Já agora, atenção aos encontros online. Os burlões praticam catfishing, ou seja, utilizam um perfil online falso para criar uma relação de confiança e até de amor com uma potencial vítima. É natural que peçam dinheiro para resolver um problema.
#LerAntesClicarDepois
É o nome da campanha nacional Internet Segura que aconselha, em caso de fraude, ligar para a Linha Internet Segura com o número 800219090 e email linhainternetsegura@apav.pt. Deves também denunciar às autoridades policiais, nomeadamente à Polícia Judiciária.
Podes pesquisar a campanha na Net, tem vídeos e folheto com dicas importantes. Como esta que avisa que a divulgação da vida privada nas redes sociais pode expor os utilizadores, inconscientemente, a várias formas de abuso. “Os cibercriminosos utilizam as redes sociais para recolher informações sobre potenciais vítimas que possam ser alvos de ataques, como sejam burlas ou phishing.” Nunca te esqueças: O utilizador é um veículo de divulgação de notícias falsas.
● Não responder ou abrir links estranhos. Contactar a empresa diretamente em vez de clicar em links com spam.
● Não descarregar anexos que não se sabem de onde vêm.
● Não usar PEN USB de origem desconhecida ou rede wi-fi pública sem VPN.
● Não pagar produtos não solicitados, através de plataformas online, mesmo depois do envio de uma fatura.
● Jamais abrir um URL suspeito porque pode dar acesso à rede onde te encontras (e até mesmo ao arquivo do teu computador).
●Nunca, mas nunca, transferir dinheiro para alguém que não se conhece.
Texto: Sara Dias Oliveira
Ilustração: Freepik.com