Celebrar La Fontaine, o criador de fábulas

Celebrar La Fontaine, o criador de fábulas

Neste ano de 2021, comemora-se o nascimento de Jean de La Fontaine. Este escritor francês nasceu há 400 anos (1621) e ficou universalmente conhecido pela criação e adaptação de histórias infantis que, certamente, já ouviste contar ou leste.

Uma fábula é uma pequena história em que as personagens são animais que agem e falam como humanos, retrata cenas habituais do quotidiano e termina com uma lição de moral, para que os leitores corrijam os maus comportamentos (vaidade, agressividade, inveja, avareza…). Em prosa ou em verso, destina-se a ser contada oralmente e está muito ligada aos ditados populares. Como curiosidade, a palavra “fábula” tem a mesma origem do verbo “falar”, vêm ambos do latim “fabulare”.

As fábulas de La Fontaine estão recheadas de ironia e de observações inspiradoras sobre o comportamento humano, numa linguagem simples e acessível.

Muitas das personagens escolhidas serviam de pretexto para o autor se referir indiretamente a certos tipos de pessoas. Por exemplo, o leão representava o rei (símbolo de poder e o centro das atenções), já a raposa representava o cortesão espertalhaço que tenta passar a perna aos outros; o lobo lembrava os que usavam a força bruta e o burro, a ovelha e o cordeiro aqueles que são ingénuos, imprudentes e que se deixam enganar. Miúdos ou graúdos, todos percebemos a falsidade e manha da raposa para conseguir enganar um ingénuo e vaidoso corvo ou para conseguir umas uvas deliciosas. Estão lá também cigarras imprudentes, tartarugas persistentes e formigas trabalhadoras e precavidas. Enfim, tudo é pretexto para nos ensinar o bom caminho.

Algumas das suas fábulas mais conhecidas são:
Lebre e a Tartaruga
O Leão e o Rato
O Lobo e o Cordeiro
A Cigarra e a Formiga
O Corvo e a Raposa
A Raposa e a Cegonha
A Raposa e as uvas

Mas La Fontaine também escreveu histórias que preenchem o nosso imaginário como “A galinha dos ovos de ouro” ou “ O velho, o rapaz e o burro”.

As obras foram passando de boca em boca, de livro em livro, adaptadas ao teatro, à televisão e traduzidas em muitas línguas, confundindo-se com o património cultural de cada país.

Jean de La Fontaine morreu em Paris em 1695 e está sepultado ao lado do grande dramaturgo Molière, no Cemitério do Père Lachaise.

No YouTube há diversos vídeos que podes ver, como um espetáculo de marionetas (IV Fábulas de Jean de la Fontaine, Marionetas) ou animações das histórias  A Cigarra e a FormigaA Raposa e a Cegonha e O Coelho e a Tartaruga.

Fala com os teus professores a partilha no TAG uma maneira de também tu celebrares as fábulas de La Fontaine à tua maneira!

Texto: Maria José Pimentel