Como o 1 de novembro se fez dia de Todos os Santos

Como o 1 de novembro se fez dia de Todos os Santos

É uma data celebrada por esse Mundo fora, e há países com tradições seculares muito distintas da nossa. Umas mais festivas, outras mais sérias. Sabe tudo sobre uma celebração que já ultrapassa os mil anos.

É ao Papa Gregório IV (790-844 d.C.) que devemos o feriado religioso que celebramos a 1 de novembro, o Dia de Todos os Santos. O processo de cristianização (ou seja, converter os povos à religião cristã) estava em concurso durante o pontificado deste papa e, como forma de difundir os ensinamentos bíblicos, Gregório IV escolheu o primeiro dia de novembro para homenagear aqueles que viveram uma vida plena e que, por isso, são exemplo da vida e glória de Deus. A data também enaltece o papel que os mártires tiveram no mundo cristão católico.
Esta data é celebrada de formas diferentes pelo Mundo. Damos-te a conhecer algumas das tradições que fazem parte do culto aos mortos.

 

Comida, bebida e festa no México

 

O povo mexicano acredita que, nos dias 1 e 2 de novembro, vivos e mortos se encontram. É o feriado mais acarinhado naquele país e até tem raízes com mais de três mil anos. Muito anteriores a Cristo, portanto. É uma celebração animada e com comes e bebes em abundância. Os mexicanos acreditam que nestes dias os mortos têm permissão para visitar os seus entes queridos vivos. Por isso, as pessoas preparam a comida preferida dos que partiram, enfeitam as casas com flores, acendem velas e incensos e fazem máscaras de caveiras. A festa é tão grande e importante que a Unesco declarou-a Património Imaterial da Humanidade.

 

Limpar cadáveres na Indonésia

 

O festival Ma’nene, que quer dizer limpeza do cadáver, é um ritual seguido na Indonésia. A cada três anos, os indonésios desenterram os mortos por um dia e os familiares do falecido ficam com os cadáveres durante umas horas. Durante este tempo, mudam-lhe as roupas, tiram fotografias, os caixões são reparados ou substituídos. Ao enterrar novamente os entes queridos, os familiares colocam uma lembrança com significado (como pulseiras, por exemplo) dentro dos caixões.

 

Doçura ou travessura nos EUA

O Halloween teve origem nos Estados Unidos, atravessou oceanos, chegou à Europa e a outros pontos do Mundo. Nesta festa, adultos e crianças vestem-se de criaturas assustadoras e tocam à campainha das casas a lançar o repto: “Doçura ou travessura”. Os vizinhos decidem se abrem ou não a porta e se dão ou não doces. Caso se decidam pelo não habilitam-se à travessura, que pode ter muitas formas, tal como ovos atirados às janelas de casa. Acredita-se que esta tradição começou em 1745 através do festival celta Samhain, celebrado na Irlanda e na Escócia.

 

Flores, velas e rezas em Portugal

 

No nosso país, diz a tradição que as famílias no dia 1 (Santos) e 2 (Finados) rumam aos cemitérios para lavar as campas dos entes queridos, deixar flores e velas. E rezar. Muitos familiares mandam rezar missas por aqueles que já partiram. À porta dos cemitérios há floristas a vender flores e velas. Este ano, devido à pandemia de covid-19, muitas autarquias decidiram fechar os cemitérios para evitar aglomerados.

 

Texto: Joana. M. Soares