Depois do Pentágono, também a NASA se vai dedicar a estudar fenómenos aéreos não identificados. O tema tem vindo a ganhar peso e seriedade, mas continua a haver mais dúvidas do que certezas. No limite, é a própria segurança dos países que está em causa.
Já te aconteceu começares a fazer perguntas sobre óvnis (objetos voadores não identificados) e deparares-te com alguém que desvaloriza o assunto e que até usa o argumento de que “essas coisas de extraterrestres” não existem? Podes avisá-los de que a própria NASA se vai dedicar a um estudo aprofundado sobre o tema. A agência espacial norte-americana anunciou, durante o mês passado, o lançamento de um novo projeto que recrutará cientistas de topo para examinar fenómenos aéreos não identificados.
“Ao longo de décadas, a NASA respondeu à chamada
para enfrentar alguns dos mistérios mais desconcertantes que conhecemos
e isto não é diferente”
Daniel Evans
Cientista da NASA
Responder à chamada
A missão arranca no início do outono e tem uma duração prevista de nove meses. Nota que esta é a primeira vez que a agência se dedica oficialmente à investigação de fenómenos inexplicáveis no céu. “Ao longo de décadas, a NASA respondeu à chamada para enfrentar alguns dos mistérios mais desconcertantes que conhecemos e isto não é diferente”, explicou Daniel Evans, o cientista da NASA responsável pela coordenação do estudo.
O momento escolhido não é um acaso. Apesar de ter sido durante muito tempo um ramo de investigação malvisto – sendo que as várias investigações feitas ao longo das décadas não chegaram a conclusão nenhuma -, o estudo de óvnis tem vindo a ser progressivamente aceite pelas instituições governamentais. A prova é que, ainda recentemente, o Congresso americano (órgão legislativo do país) realizou uma audiência pública sobre o tema.
Extraterrestres, a eterna questão
O próprio Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, já tinha criado um “Grupo de Sincronização de Gestão e Identificação de Objetos Aerotransportados” para estudar óvnis. Mais: no ano passado, um relatório dos serviços de inteligência americanos catalogou 144 avistamentos nos céus sem qualquer explicação racional. Em 18 deles, as testemunhas terão mesmo notado padrões “incomuns” de movimento ou características de voo. Os resultados reportaram-se a um período de 20 anos e tinham por base testemunhos de pilotos militares.
Quer isso dizer que os extraterrestres existem mesmo? Ainda não é desta que te vamos esclarecer. É que se por um lado as autoridades americanas ainda não encontraram vestígios de uma possível origem alienígena (pelo menos que se saiba), o tal relatório apresentado no ano passado também não excluiu completamente essa possibilidade. Dá que pensar, não é?
Dúvidas e espiões
Certo é que o facto de um objeto não ser identificado não significa que seja alienígena. Estima-se que uma boa parte dos avistamentos relatados por pilotos tenham por base drones, balões meteorológicos ou até meros problemas em sensores. Já outros, bom, outros são mais difíceis de ser explicados.
O próprio Barack Obama, antigo presidente dos EUA, reconheceu numa entrevista que “há imagens e registos de objetos nos céus” que não se sabe exatamente o que são. “Não podemos explicar como se moveram ou a sua trajetória.” Depois, ainda entra aqui outra questão, relacionada com a segurança nacional. E que tem a ver com a possibilidade (até hoje não provada) de um rival estratégico, como a China ou a Rússia, realizar espionagem com tecnologia desconhecida. O que também poderia explicar a existência de alguns destes objetos inquietantes que circulam pelos céus. Daí que a pressão política para se obterem respostas cada vez mais concretas seja crescente. To be continued.
Texto: Ana Tulha
Ilustração: Freepik