Muda a hora, muda o sono

O horário de inverno começa no domingo, dia 25 de outubro, e é preciso um reajuste. Atenção ao dormir, aos estilos de vida, à tecnologia, às mudanças de rotinas ao fim de semana. A privação de sono é assunto sério.

Na madrugada de sábado para domingo, os relógios recuam uma hora. Entramos no horário de inverno, anoitece mais cedo. E o teu sono, como fica? “A mudança da hora afeta o sono, mas afeta pouco porque a diferença é escassa. Há uma alteração do padrão até que seja feito o seu ajuste”, responde Helena Rebelo Pinto, especialista em sono, licenciada e doutorada em Psicologia, professora catedrática.

É preciso então ajustar e perceber que o sono não é uma brincadeira. É uma função de sobrevivência. Muito importante no desenvolvimento físico, intelectual, emocional. Quem não cuida do seu sono, não cuida de si. Deitar tarde e tarde erguer, não dá saúde nem faz crescer. Ritmo desregulado, cérebro descompensado.
Os adolescentes, por questões hormonais e biológicas, têm uma maior necessidade de dormir. Está provado. Os bebés dormem muito, os mais velhos dormem menos. E, na puberdade, com tantas transformações internas e externas, dormir é fundamental.

 

 Jet lag social

O problema é que há várias situações que roubam horas à cama. A parafernália tecnológica é uma delas. A especialista em sono chama a atenção para “o estilo de vida dos adolescentes que usam muito as tecnologias, veem muitas séries, jogam”.

Há outro problema. Helena Rebelo Pinto fala no jet lag social, ou seja, a mudança brusca dos padrões de sono ao fim de semana. Durante a semana acordar cedo para a escola, ao fim de semana deitar à hora que calha, por vezes quase de manhã. E isso não faz bem.

Mexer na duração e regularidade do sono é brincar com o fogo com repercussões diretas. Mudanças de humor, mais quilos na balança, dificuldades de atenção e concentração. “O sono é necessário para o bem-estar do adolescente e o seu equilíbrio”, avisa a especialista.

Há ainda outra questão importante: as doenças do sono. Não conseguir dormir, perturbações durante o sono, tremores noturnos, sonambulismo. Tudo isto tem tratamento mas exige consultar um médico.

 

O que deves saber

Dormir, em média, entre oito a dez horas por noite.

Horários regulares para deitar e acordar.

Evitar variações significativas ao fim de semana.

Ir para a cama só na hora de dormir.

Desligar todos os ecrãs da maquinaria tecnológica pelo menos 30 minutos antes de ir para a cama.

Relaxar antes de dormir, ler ou ouvir música calma, por exemplo.

Não encher o estômago antes de deitar.

 

Texto: Sara Dias Oliveira
Artigo reeditado a 21 de outubro de 2020