Ataques às embarcações na principal rota marítima do Mundo têm atrasado a chegada de mercadorias à Europa vindas da Ásia, além de aumentarem os preços. Vamos explicar-te o que está a acontecer e o que nos espera no futuro.
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O que é o Canal de Suez?
É uma via navegável artificial localizada no Egito, entre o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho, muito importante para o mercado exportador da Ásia, e um grande centro consumidor, a Europa. O Canal de Suez é de extrema importância para o Mundo. A ligação entre os mares Vermelho e Mediterrâneo encurtou distâncias, fomentando a agilidade e o menor custo das transações comerciais, o que é agora ameaçado pelos conflitos que assolam a região.
Há um problema
A guerra civil que se vive no Iémen desde 2014 torna toda a zona vulnerável a ataques. Atualmente, os navios estão a ser alvo de rebeldes houtis, que lutam contra o Governo do Iémen e apoiam o grupo palestino Hamas. Usam drones e mísseis para tentar atacar embarcações que passam pela região, devido ao conflito na Faixa de Gaza.
O que faz os preços aumentar?
Os condicionamentos ao tráfego no Mar Vermelho estão a afetar o comércio mundial. Com as empresas de transporte forçadas a alterar rotas e a enviar os seus navios por percursos muito mais longos para evitar a região, os preços dos transportes para as empresas portuguesas mais do que duplicam e os prazos de entrega aumentam até 15 dias. A alternativa implica contornar o Cabo da Boa Esperança e aumentar em sete mil quilómetros a travessia.
O que pode acontecer?
Uma rutura prolongada no Canal de Suez pode gerar efeitos em cascata nas cadeias de logística global, mas os efeitos disso ainda são incertos. Recorde-se que, durante a pandemia, com a falta de trabalhadores e rotas fechadas, houve enormes atrasos na entrega de mercadorias e peças, o que travou a fabricação de carros e equipamentos eletrónicos, levando ao aumento no preço dos produtos. De tal forma que carros em segunda mão chegaram a valer mais do que carros novos, o que pode repetir-se. Os combustíveis também atingiram valores astronómicos, encarecendo, por arrasto, o pão, entre outros bens de primeira necessidade. Pelo Canal de Suez também é escoado o petróleo, o que leva a antecipar novas subidas em breve.
Texto: Sara Oliveira
Foto: Khaled Desouki / Nasa/ AFP