Aos 54 anos, o percurso profissional empresta-lhe muitas vezes a gravata e o ar sério com que trata o jornalismo, área em que se afirmou, sem roubar a Carlos Daniel a boa-disposição. Natural de Paredes, foi no centro da então vila (agora cidade) que cresceu, somando “memórias de uma família que se juntava muitas vezes e de um grupo de amigos muito alargado, de brincadeiras na rua, em que os amigos eram vizinhos próximos”. “Ninguém vivia em prédios, vivíamos quase todos em casas térreas, e havia muitas brincadeiras em espaços públicos, no parque. Enfim, um universo muito bonito”, recorda.
Nessa altura, ser jornalista não estava sequer nos sonhos do atual diretor do Centro de Produção Norte da RTP. “Em miúdo, queria ser condutor dos bombeiros, por causa da farda, e jogador de futebol, porque era aquela coisa de miúdo, andar atrás da bola… Mas só aos 12 ou 13 anos é que comecei a acreditar que queria trabalhar na comunicação, não necessariamente jornalismo, mas alguma coisa que me tirasse de uma sala”, partilha Carlos Daniel.
Ainda adolescente, iniciou-se na rádio, com relatos de futebol, que já “fazia sozinho com os cromos, desde muito pequeno”. Aos 16 anos uma estreia: “Acabei por ser a primeira pessoa a relatar na rádio em Paredes. Chamaram-me para experimentar. Fez-se um jogo simulado entre a primeira equipa do Paredes e as reservas, para eu ensaiar e correu bem”. Foi o pontapé de saída e nunca mais parou, sendo um dos jornalistas de referência em Portugal.
Em 1989, Carlos Daniel concorreu à Rádio Comercial e ficou, seguindo-se a Antena 1, antes de se mudar para a TSF. Pelo meio, a trabalhar, licenciou-se em Sociologia. Em 1997, entrou para os quadros da RTP e deixou a rádio. Passou, mais tarde, pela SIC, mas regressou à estação pública, onde tem acumulado sempre mais responsabilidade. Mestre a moderar, assume, no presente, os comandos do programa “É ou não é?”, no qual especialistas e comentadores debatem assuntos que marcam a atualidade.
Texto: Sara Oliveira
Foto: Leonel de Castro/ Arquivo Global Imagem
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