É um dos rostos da informação da RTP, mas o jornalismo não foi o sonho de menino de Hélder Silva. “Em pequenino, passei pela fase de querer ser muita coisa: astronauta, jogador de futebol, veterinário”, revela, sublinhado que gostou “sempre muito de desenhar”. Assim, na adolescência, decidiu que queria ser arquiteto. “E de tal forma que segui essa área no Ensino Secundário.”
A paixão pelo jornalismo despertou “mais tarde”. “Teria 15 ou 16 anos quando fui com o meu amigo Pedro ter com a irmã à Rádio Vizela e achei piada àquilo tudo. Comecei por atender telefonemas para os ‘discos pedidos’. Algum tempo depois, um dos diretores da rádio perguntou-me se queria fazer noticiários. E eu disse que sim”, recorda, destacando um episódio que ficou marcado: “Na altura, o ministro da Justiça era o Laborinho Lúcio. Guardo essa memória porque, no primeiro noticiário que li, tropecei no nome dele! A partir daí, o jornalismo foi uma descoberta e uma paixão que mudou a minha vida”.
Hélder diz que foi “uma criança normal”, ou melhor, “curiosa e pouco rebelde”. “Acho que não dei grande trabalho aos meus pais”, avalia, embora admita que também fez as suas asneiras, “mas nada de muito grave”. “Lembro-me de uma vez ter achado piada atirar pedras para a estrada e ter acertado num carro. O condutor parou e veio naturalmente pedir satisfações à minha mãe. Mas acabou tudo bem”, conta.
Da infância em Vizela guarda “boas e más memórias”. “Lembro-me das brincadeiras com os meus primos e com os amigos, de fazer cabanas num terreno próximo de casa da minha avó e da minha ama, e dos tempos que passámos a jogar futebol no adro da igreja na escola primária. Mas também guardo memória de ter perdido essa avó quando tinha 12 anos.”
Ainda petiz, adorava jogar futebol. “Fui mesmo federado”, sublinha o pivô do “Jornal da Tarde”, recuando até aos tempos em que calçou as luvas e foi guarda-redes “dos infantis aos juniores”. “O meu pai dizia-me sempre que só continuava a jogar se tivesse boas notas e eu lá me esforçava nos estudos. Mas, depois, descobri que não tinha muito jeito para o futebol.”
Pai de duas meninas, Hélder Silva garante que se consegue rever nas duas, se bem que o note sobretudo na mais velha, Clara, não só fisicamente, como no feitio e na personalidade, inclusive no facto de ser “uma criança responsável”. Já na mais nova, Sofia, reconhece a “alegria na infância, a despreocupação e a leveza da vida”.
Quase a chegar ao final de mais um ano, Hélder Silva não projeta novidades profissionais, certo que “o jornalismo é uma caixa de surpresas”. Provou-o quando, no início de 2019, passou um mês e meio na Venezuela durante a crise presidencial com a instalação de um governo paralelo ao eleito de Nicolás Maduro. E também em 2022, quando foi novamente enviado especial, desta vez à Ucrânia. “As novidades chegam quando menos esperamos.” Por isso, resta aguardar por 2024.
Texto: Sara Oliveira
Fotos: DR
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