Segunda geração de vacinas à vista

Mais práticas, mais eficazes a travar as novas variantes, mais certeiras a impedir a transmissão do vírus, eventualmente aplicadas diretamente no nariz. Processo de imunização refina-se no segundo semestre de 2022, mas ainda há muitas dúvidas no ar.

Neste momento, não te devem restar grandes dúvidas em relação aos efeitos da vacinação contra a covid-19 em Portugal. O nosso país tem, atualmente, 88% da população imunizada e o impacto na redução do número de casos, doentes internados e mortes é significativo. Mas, dizes tu, as vacinas não resolveram todos os nossos problemas. Pois não. Porque apesar de reduzirem de forma muito considerável o risco de doença grave – o que não é coisa pouca -, não impedem que as pessoas contraiam o vírus. Nem que o transmitam. É precisamente por isso que já estão a ser desenvolvidas as chamadas vacinas de segunda geração.

Sistema imunitário com memória reforçada

O que são? Como o próprio nome indica, são uma versão refinada das atuais. Que idealmente permite evitar a transmissão do próprio vírus. O que se pode conseguir através de uma melhoria da memória do nosso sistema imunitário – que é o responsável por combater todos os vírus que nos atacam. Ou mesmo através de um reajustamento da forma de aplicação da vacina. Isto é, sabendo nós que o vírus se instala nas fossas nasais, se os cientistas descobrirem uma vacina que se aplique diretamente nesse local, pode ser meio caminho andado para evitar a transmissibilidade.

Mas uma vacina de segunda geração também pode ser mais eficaz a combater novas variantes. Ou ter propriedades que facilitem o seu armazenamento, evitando que tenham de ser guardadas a baixas temperaturas. Possibilidades que, para já, se mantêm em aberto, até porque deverá ser preciso esperar até ao segundo semestre de 2022 para que estas cheguem ao mercado e as dúvidas se dissipem de vez.

E as crianças?

E agora voltando às vacinas da primeira geração, uma das grandes novidades é mesmo o facto de Portugal ter decidido seguir o exemplo de outros países pelo Mundo fora, avançando para a inoculação das crianças dos cinco aos 11 anos. Aliás, ainda antes de a Direção-Geral da Saúde ter recomendado a imunização dessa faixa etária, com prioridade para as crianças com doenças consideradas de risco, o Governo já tinha anunciado a chegada a Portugal de 300 mil vacinas da Pfizer destinadas à população pediátrica.

 

Texto: Ana Tulha
Foto: Rui Manuel Fonseca/Global Imagens