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Será que somos viciados em energia?

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Os camionistas ameaçam parar o país com a greve dos transportes de materiais perigosos marcada para o dia 12. Como é que a falta de combustível pode afetar tanta gente e porque é que estamos tão dependentes dos camiões?

Vivemos num Mundo que depende de energia para quase tudo e não estamos preparados para resolver as situações como há 100 anos: se faltar combustível para abastecer aviões, comboios, automóveis e outros camiões, podemos parar completamente. Os supermercados não conseguem receber produtos, as frutas e legumes apodrecem no agricultor, os restaurantes e os hotéis não têm o que servir aos clientes, os turistas não conseguem viajar, os hospitais podem não conseguir ajudar os doentes, sem luz, sem água, sem medicamentos… Há locais onde a água chega às torneiras devido a bombas que trabalham a eletricidade, mas outras dependem de geradores a diesel – ou seja, pode ser preciso ir buscar água à fonte como noutros tempos.

 

Será isso a dependência energética?

Quando se fala em dependência energética, a expressão refere-se à energia que Portugal tem de importar face à que consome. Atualmente, só produzimos 20% do que gastamos porque combustíveis como o gasóleo ou a gasolina dependem de importarmos petróleo, tal como fazemos com o gás natural e o carvão. Além dessas fontes de energia, usamos eletricidade, resíduos industriais (ainda conta muito pouco) e energias renováveis (sol e vento).

 

Quais são os melhores combustíveis?

O carvão, o petróleo, o gás natural e a maioria da eletricidade originam imensa poluição ambiental, embora sendo as mais baratas de que dispomos hoje em dia. Por isso, o futuro deverá passar por mais energias renováveis. O objetivo do Governo é obtermos 80% da energia a partir do sol e do vento em 2030, uma vez que a tecnologia para tal é cada vez mais acessível e não gera tanta poluição. Os carros elétricos poderão, assim, ser carregados com energia 100% limpa.

 

Sem energia teríamos um apocalipse?

Não será o caso da greve que se aproxima, prevista para começar a 12 de agosto, até porque já há planos de emergência para garantir que há combustíveis mínimos para todos – mesmo para o automóvel que precisa de levar os pais para o trabalho. Mas, sem isso, e se o cenário de greve se mantivesse durante muito tempo (dizem que dois dias seriam suficientes para faltar alimentos nas lojas), é provável que tivéssemos de nos adaptar em quase tudo o que fazemos diariamente e viver como há 100 anos, antes de toda a gente ter energia acessível em casa, na rua, em todo o lado. lm

Texto: Erika Nunes
Ilustração: Bárbara R.