Tomás Pereira, 12 anos, residente no Seixal, aluno do 9.º ano, recebeu (dia 26 de setembro), no Clube de Jornalistas, em Lisboa, o prémio Pordata Inovação em 2018, pelo projeto “Grau de área ardida”, já convertido num “indicador” disponível no site de dados estatísticos. A coordenada permite conhecer a quantidade de área ardida por cada município registada desde 2009.
Tomás Pereira tomou conhecimento da iniciativa promovida pela Pordata quando procurava informação na internet para um trabalho de Geografia. Com o o apoio do professor da disciplina, desenvolveu a candidatura. Neste momento, considera-se um “interessado por estatística”. O que o entusiasma na análise de dados estatísticos? “Poder ter informação além da que conheço e obter dados sobre essa realidade”, respondeu.
O cálculo base que desenvolveu relaciona a superfície de cada município com a área ardida. Recorrendo a essa fórmula, é possível concluir que, desde 2009, as regiões mais fustigadas pelos incêndios têm sido o Norte e Centro, que representam 90% do território ardido. “Até fazer este trabalho”, contou, “não sabia que os valores de área ardida eram tão elevados em alguns municípios, alguns deles que nem conhecia”.
Importância do docente
Após a entrega do prémio a Tomás Pereira, Maria João Valente Rosa, diretora da Pordata, destacou a importância dos professores na motivação dos alunos. Este prémio, que vai na 4.ª edição, procura incentivar os cidadãos a propor “indicadores” estatísticos inovadores, que acrescentem elementos à base de dados da Pordata. Valente Rosa aproveitou para valorizar o papel da estatística: “A única forma de nos vermos ao espelho é través dos dados estatísticos”.
O outro prémio distinguiu António Marques, Daniel Pais e Tiago Afonso, todos ligados à Universidade da Beira Interior, pela criação do item estatístico “Intensidade carbónica da economia por setor de atividade”.
Texto: Dina Margato
Foto: Jorge Amaral / Global Imagens