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Uma peça de teatro feita com um saco cheio de sonhos

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Já assististe a alguma peça que explorasse a temática da migração? Mas esta não é a migração que tens em mente. Ficaste curioso? Então não vais querer perder pitada de uma nova peça produzida pela companhia João Garcia Miguel, de Lisboa.

Certamente já ouviste falar na migração, um movimento que devido a diversas circunstâncias obriga as pessoas a abandonarem o seu país e começarem uma nova vida, integrando-se numa nova cultura e ingressando numa aventura apenas com um saco cheio de sonhos. É com este saco de sonhos em mente que surge o “Guardador de Sonhos”.

O espetáculo trata a história de um sonhador “que se sente refugiado neste Mundo”, segundo adianta João Garcia Miguel, diretor da companhia, e “que por sentir que muitos sonhos estão a ser ameaçados, tenta guardá-los para os poder partilhar com outras pessoas”.

Este “Guardador de Sonhos” pretende sensibilizar para uma temática socialmente importante. Ou seja, é uma “tentativa de despertador” cujo objetivo principal, segundo conta Rita Costa, encenadora da peça, passa por “despertar as pessoas para a vida e para os seus sonhos”.

Em palco estará o ator Paulo Quedas que, sem texto e completamente focado na expressão corporal, acompanha a música ao vivo, tocada pelo artista Ricardo Martins. O artista vai usar diversos adereços para criar sons, como frascos e garrafas.
A peça surgiu na sequência de “Diário de um Migrante”, produzida em 2018 pela mesma companhia. “Diário de um Migrante” contava a história de um pássaro que se viu obrigado a abandonar o seu país e encarar inúmeros desafios: fazer novos amigos, encontrar outro trabalho e aprender a gerir saudades. A migração surge aqui num sentido simbólico, ou metafórico, pois refere-se a todas as pessoas que, tal como o pássaro, se veem obrigadas a recomeçar uma nova vida do zero.

Sonho, delicadeza, musicalidade e poesia são algumas das palavras que definem o “Guardador de Sonhos”. Uma peça para maiores de seis anos a que poderás assistir a partir de sábado, 29 de fevereiro, no Teatro Ibérico, em Lisboa. Estará em cena também nos dias 1, 7 e 8 de março. Sempre pelas 16 horas. Nos dias 4, 5 e 6 a companhia estará disponível para apresentar este trabalho nas escolas.

Texto: Ana Reis