Verão / A idade do ouro  que veio do Brasil

Lisboa, 08/05/17 - Reportagem na BasÌlica de Mafra nos ensaios com os m˙sicos que amanh„ v„o dar um concerto tocando nos histÛricos Ûrg„os de Mafra. Convento de Mafra. (Sara Matos / Global Imagens)

Verão / A idade do ouro  que veio do Brasil

Sabias que durante algumas décadas vivemos sob domínio espanhol? Sim, sabias, claro. É por isso que o dia 1 de Dezembro é feriado nacional. Assinala a Restauração da Independência. Em 1580, os espanhóis conseguiram aquilo por que lutavam há séculos e não conseguiram com batalhas e casamentos de conveniência. Com a morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir, Portugal fica sem sucessor ao trono. Uma oportunidade aproveitada por Filipe II de Espanha que invade Portugal.

Com a independência consolidou-se a presença e o domínio de Portugal nas terras de Vera Cruz. Foram os anos do ouro do Brasil que no reinado de D. João V, foi, muito dele aplicado na construção de edifícios sumptuosos, como o convento de Mafra, ou a biblioteca da Universidade de Coimbra. Mas também em muitos aspetos a idade das trevas, coma  inquisição e os autos do Santo Ofício.  Mais tarde, tempos negros voltaram com a s invasões napoleónicas, que lançaram o terror de norte a sul de Portugal com guerra, pilhagens e violações.

 

 

Convento de Mafra
O “Memorial do Convento” , de José Saramago,imortalizou-o, com as suas personagens Baltazar Sete Sóis e Blimunda Sete Luas. O convento e Palácio de Mafra é um monumento sumptuoso mandado construir no início do século XVIII por D. João V. É  um testemunho da opulência da corte, constituindo um dos mais importantes edifícios barrocos portugueses. Na sua construção estiveram envolvidos cerca de 52 mil operários, sendo o projeto da autoria de um arquiteto alemão. O palácio possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, com 36 mil volumes.  Notáveis são também  os dois carrilhões com um total de 98 sinos constituem o maior conjunto sineiro do século XVIII, a que se juntam seis magistrais órgãos instalados na Basílica.

 

Palácio de Vila Viçosa
Em 1640, quando  a independência foi restaurada  João II, Duque de Bragança, aceita o trono de Portugal, tornando-se D. João IV e dando início à Dinastia de Bragança. Daqui para a frente, Vila Viçosa  e o seu palácio passou a ser a residência real de férias. Hoje, uma visita ao alentejo deve passar pela pequena vila, situada a poucos quilómetros de Évora, a cidade branca. Aqui, para além das ruas estreitas ,  não deves deixar de visitar _a Sé, subir à sua torre e de lá espraiar os olhos pela extensa planície. E obviamente não deixes de registar a viagem com uma foto junto ao templo de Diana, um dos mais importantes vestígios romanos.  Podes ainda recuar mais no tempo, até ao Neolítico, e visitar um dos mais notáveis monumentos megalíticos – o cromeleque dos Almendres.

 

Forte de S. Julião da Barra
Bastião da defesa do reino, à entrada do Tejo, não foi capaz de impedir o avanço das tropas espanholas sob o comando do duque de Alba que a cercaram pelo lado de terra, tendo se rendido ao fim de seis dias (13 de Agosto de 1580).

 

Linhas de Torres
Portugal não escapou às batalhas napoleónicas que inspiraram Tolstoi para escrever “Guerra e Paz”. Longe da imensidão da Rússia, por cá o povo sofreu , as terras e as casa s foram pilhadas, as mulheres violadas. A norte de Lisboa foram erguidas em segredo as Linhas de Torres, sistema defensivo que consistiu em fortificar pontos  no cimo de colinas, controlando os caminhos para a capital  e reforçando os obstáculos naturais do terreno. Estendiam-se ao longo de 85 quilómetros.

 

Biblioteca da Universidade de Coimbra
Foi também mandada construir por D. João V, naquela que foi uma das mais antigas universidades da Europa, fundada por D. Dinis em 1308. Já que estás em Coimbra não deixes de ir à Quinta das Lágrimas recordar o romance  trágico de Pedro e Inês, a fidalga galega que o rei D. Afonso IV mandou matar.

 

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