A Escola Secundária João Gonçalves Zarco de Matosinhos é uma escola que dá sempre espaço ao trabalho dos professores e dos alunos. Desta vez, o destaque foi para uma exposição única sobre vulcões, vulcanologia e vulcanismo. Os vulcões continuam a ser grandes ameaças e é muito importante educar a população a lidar com os perigos de modo a prevenir perdas de vidas.
Portanto, no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, os alunos de 10º e de 11º foram desafiados a conceber pósteres científicos sobre vulcões que ajudassem a comunidade escolar a saber um pouco mais a atividade vulcânica do nosso planeta. A nossa investigação começou em dezembro. “Começamos por recolher informação, depois agrupamos e selecionamos a mais relevante e, de seguida, organizamos o poster como melhor se adequava ao projeto.”(Iara). O Publisher e o Canva ajudaram a criar pósteres criativos e apelativos para captar a atenção do nosso público”.
Pesquisa completa, monitorizada pelos nossos professores, conceção criativa de pósteres e montagem da exposição, tudo foi feito em tempo útil e o resultado ficou super!
O relato que se segue acompanha algumas das etapas do nascimento desta exposição. Pelo meio, inserimos entrevistas aos autores de alguns dos trabalhos e o testemunho da nossa DT.
Poster científico – características de um vulcão
Cada aluno escolheu um vulcão e caracterizou-o, atendendo a alguns destes tópicos:
– história eruptiva do vulcão;
– localização e enquadramento tectónico;
– tipo de lava expelida e de erupções mais frequentes;
– erupções passadas e os seus riscos;
– características do aparelho vulcânico.
Aprendemos, por exemplo, que os aparelhos vulcânicos podem ser classificados em dois grandes grupos: efusivo, misto ou explosivo. Esta classificação varia consoante o tipo de magma expelido – basáltico, andesito ou riólito, respetivamente- e os outros materiais expelidos, entre eles, piroclastos e gases.
Alguns vulcões a não perder de vista
A Adriana Silva estudou o vulcão de YELLOWSTONE (EUA). É um vulcão do tipo explosivo e, segundo cientistas, se entrasse em erupção agora, as suas cinzas elevar-se-iam tão alto que ficariam suspensas na atmosfera durante anos, provocando uma redução média das temperaturas em virtude do bloqueio dos raios solares por essa nuvem de cinzas, para além de que a maior parte do continente norte-americano tornar-se-ia praticamente inabitável.
O vulcão (Itália) foi estudado pela Carlota Menezes. O Vesúvio ficou famoso devido à grande erupção explosiva em 79 d.C. que deixou a cidade de Pompeia reduzida a cinzas, dizimando toda a sua população.
O Tomás Nogueira concentrou-se no vulcão COTOPAXI (Cordilheira dos Andes). Também explosivo, desde 1738 que já teve 50 erupções. A erupção deste vulcão já percorreu mais de 96 km e a terra vibrou como um sino (0.2 a 20hz).
NYIRAGONGO, estudado pelo Afonso Santos, é um vulcão misto, formado entre as placas africana e arábica, e um dos poucos que contém um lago de lava semipermanente no seu interior. A pouca monitorização existente é feita por satélite. Nyiragongo e outro vulcão próximo são responsáveis por cerca de 40% das erupções em África.
O vulcão mais jovem do mundo
PARICUTÍN é o único vulcão que o homem viu nascer, pois a maior parte dos vulcões nasceram há milhares de anos. Foi esta condição que fascinou o Tiago Pereira, escolhendo-o para o seu trabalho. Até 1943, a cidade de Urapan era só uma planície.
Porém, a ocorrência de um sismo originou a abertura de uma fissura na zona das plantações de milho, expelindo lava. Como era uma lava intermédia, a população teve tempo para evacuar. Este vulcão, com uma erupção efusiva, localiza-se no anel de fogo do Pacífico, formado pela subducção da placa de Cocos com placa Norte-Americana.
O Paricutín não é um vulcão ativo, mas é possível observar fumarolas de vapor de água e enxofre. O seu magma tem um teor em sílica entre 52-62% e tem características entre básicas e ácidas.
Entrevistas
Qual foi o vulcão que cada um escolheu e onde é que ele se localiza?
– (Mariana)“O vulcão Stromboli, em Itália”; (João Carvalho)“ O vulcão Taal das Filipinas” (João Laja) “O vulcão Monte Elbrus, na Rússia”.
O mais gostaram ou acharam mais interessante na realização do trabalho?
-(Mariana e João Carvalho) “Gostamos de assistir às transmissões ao vivo das erupções dos vulcões e ainda de aprender sobre as excursões realizadas a alguns vulcões”. (Iara) Foi bom perceber a importância das áreas de proteção para a população e o quanto isso pode impactar a nossa sociedade.
De que forma foi estruturado o trabalho?
– Tivemos que seguir os tópicos dados pela professora, no que toca ao conteúdo. Em relação à apresentação visual do trabalho, cada um de nós o fez da forma que entendeu.
Uma das conclusões a que chegaram foi…
– É muito importante educar a população sobre os perigos dos vulcões para se poder prevenir perdas de vidas.
Quais foram as dificuldades que encontraram?
– A procura de informação sobre alguns vulcões menos conhecidos e o design do poster requisitado. (Iara) Encontrar sites informativos que fossem credíveis e que coincidissem com a informação dada pela professora ou pelo manual.
Testemunho da Diretora de Turma do 10º1, professora Ana Moura
“Com a divulgação dos seus trabalhos, os alunos mostram aquilo que efetivamente aprenderam e o processo que desenvolveram. A exposição pode ajudar outros alunos a compreender melhor, como funcionam os vulcões, ou quais são os principais vulcões. Também acho que ela pode incentivar aqueles que não estão tão despertos para os vulcões a pesquisarem mais, a ficarem mais atentos a essa realidade. Por exemplo, uma das paisagens que eu visitei e de que gostei mais foi uma paisagem vulcânica do Etna que está presente na exposição. Gostei mesmo muito! Às vezes podemos pensar que uma paisagem vulcânica é monótona e desinteressante, mas quando estive naquela paisagem parecia-me que estava na lua. Mesmo em termos sensoriais é uma paisagem muito diferente daquilo que estamos habituados a ver.
O balanço é muito positivo! Pela variedade dos vulcões escolhidos e pela qualidade dos posters, esta exposição será sempre recordada na Zarco como um momento de aprendizagem dinâmica e benéfica para todos. Todos nós aprendemos um pouco mais sobre o mundo fascinante dos vulcões sem ser em aulas normais e isso foi mesmo TOP!
Reportagem da autoria dos alunos do 10º1: Adriana Silva, Afonso Santos, Carlota Menezes, Tomás Nogueira, Alexandre Fedoriv, Anastácia Lypova, Lourenço Figueiredo, Benedita Rocha, Gonçalo Machado, Gonçalo Rodrigues, Carolina Nogueira, João Franca, Leonor Cunha, Carolina Vieira, Inês Azevedo, João Laja, João Carvalho, Mariana Pereira, Matilde Oliveira, Tiago Monteiro, Tiago Pereira, Iara Pereira, Rafael Plácido e Rodrigo Magalhães.