Xadrez: Benefícios de A a Z

Teres como passatempo jogos de estratégia tem vantagens que vão muito para lá da diversão. Enquanto te divertes a aprender e a jogar, estás a desenvolver competências úteis para a escola, para as tarefas do dia a dia e até para as tuas relações com os outros.

Aprender a jogar xadrez pode parecer uma tarefa complicada, mas, na verdade, é um jogo ao alcance de todos. E, apesar de a origem deste jogo de estratégia ser controversa e não ser certo onde e quando surgiu, os benefícios que traz são comprovados.

Ajudar na memória, atenção, concentração e no raciocínio lógico são algumas das vantagens apontadas pela pedopsiquiatra Alda Coelho. Melhorias que irão ter efeitos no desempenho escolar e, no futuro, no mundo do trabalho. Mas o dia a dia também ganha com a prática de xadrez. Capacidade de planeamento e resolução de problemas são mais duas competências desenvolvidas pelo xadrez e isso, para Alda Coelho, irá repercutir-se na forma como vais organizar o teu dia, planear tarefas e sentires-te mais autónomo e menos ansioso.

Pedro Caramez, professor de xadrez, aprendeu o jogo ainda novo. Acredita que, na altura, não se apercebeu dos benefícios, mas recorda uma história em que o xadrez fez a diferença. “Estava a fazer um exame difícil na escola e utilizei a estratégia do xadrez – começar pelas jogadas fáceis e seguir com calma – e foi assim que consegui concluir o teste com êxito”, conta.

 

Não é só para “crânios”

 

É comum dizer-se que o xadrez está reservado a uma minoria muito inteligente. Pedro Caramez desfaz o preconceito. Afirma que “a inteligência também se constrói” e que, por isso, qualquer pessoa tem capacidade para aprender xadrez, que classifica como um jogo fácil.

No nível seguinte, para aqueles que se querem destacar como bons jogadores, o professor assegura que é preciso mais do que inteligência, pois “é essencial motivação, gosto pelo jogo e espírito competitivo”.

 

Jogos de consola e jogos de tabuleiro

 

Segundo Alda Coelho, as crianças e jovens optam cada vez mais por jogos “fáceis e repetitivos”, como é o caso da maioria dos jogos online ou de consola. A pedopsiquiatra alerta que este é um problema para o desenvolvimento cognitivo e que merece atenção. “Os jogos de tabuleiro são bastante mais ricos e completos”, explica, aconselhando que haja um misto dos dois géneros.

Os jogos de tabuleiro oferecem desafios que levam ao desenvolvimento de um leque alargado de competências, o que não acontece com os jogos de consola.

Texto: Sara Sofia Gonçalves
Foto: Fernando Fontes / Global Imagens