Água: um mar de desafios e preocupações

Água: um mar de desafios e preocupações

Indispensável a atividades cruciais para a nossa sobrevivência – desde logo a agricultura e a pecuária -, é um recurso valiosíssimo e finito que obriga a mobilização urgente para que se evite um ponto de rutura.

Sabias que apenas 3% da água é doce e disponível para consumo humano? Que a água é um recurso fundamental para o desenvolvimento sustentável? E que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a falta de água pode afetar cinco mil milhões de pessoas até 2050? É pois deste recurso valiosíssimo que te queremos falar. Até porque, ao longo da próxima semana, de 21 a 26 de março, decorre no Senegal, o 9.º Fórum Mundial da Água, iniciativa que, desde 1997, acontece a cada três anos em diferentes países, com o objetivo de propor soluções para problemas relacionados com a água. Este ano, o evento está subordinado ao tema “Segurança hídrica para a paz e o desenvolvimento” e terá quatro assuntos prioritários: segurança hídrica e saneamento, necessidade da água para o desenvolvimento rural, cooperação entre países, meios e ferramentas como o financiamento, a inovação e a gestão do conhecimento.

Um recurso finito e essencial

 

Mas então, perguntas tu, com tanta água no nosso Planeta, com tantos mares e rios e lagoas, como pode haver escassez de água, com tendência para se agravar? Desde logo porque, como chamámos à atenção logo no início do texto, a grande maior parte das reservas hídricas da Terra são compostas por água salgada e portanto não estão disponíveis para consumo.

Depois, porque a água é estruturante para vários setores fundamentais à nossa vida em sociedade, desde uma parte considerável das indústrias até, claro, à agricultura. Daí que as necessidades sejam cada vez maiores. A juntar a isso, há ainda a questão da poluição, que insiste em reduzir as reservas disponíveis. Daí que preservar este recurso valioso seja um vetor fundamental numa perspetiva de desenvolvimento sustentável – que é a capacidade de dar resposta às necessidades atuais sem que isso prejudique a capacidade de as novas gerações satisfazerem as suas necessidades. O que implica políticas públicas que apostem na gestão sustentável da água (nomeadamente em atividades como a agricultura e a pecuária, responsáveis por 70% do consumo mundial deste recurso) e em saneamento básico para todos. Mas também atitudes de responsabilidade individual. Por exemplo: tomar banhos mais rápidos, lavar os dentes sem deixar a torneira aberta, reaproveitar água para limpeza de quintais e calçadas, reutilizar e reciclar. E a lista está longe de terminar por aqui.

Texto: Ana Tulha