Anticorpos e imunidade: o que precisas de saber

Anticorpos e imunidade: o que precisas de saber

Sabes porque é que depois de sermos infetados por um dado vírus passamos a estar mais protegidos contra ele – e o papel do sistema imunitário neste processo? E percebes como funcionam as tão famosas vacinas contra a covid-19? Nós damos-te uma ajuda.

Coronavírus, anticorpos, imunidade, vacina. Sabes exatamente o que significam e como funcionam? Importa, antes de mais, perceberes que todos nós estamos diariamente expostos a milhares de microrganismos, sejam eles vírus, bactérias ou parasitas. E que, em todos estes casos, o sistema imunitário, que é o mecanismo que o nosso corpo tem de nos proteger contra os “invasores”, nos dá muito um jeito.

Por exemplo: se um vírus nos ataca, é a ele que lhe compete gerar os anticorpos (proteínas produzidas pelos glóbulos brancos) que vão neutralizar o vírus, evitando que ele empeste cada vez mais células e se reproduza rapidamente. Além disso, o nosso sistema imunitário vai produzir células que memorizam o anticorpo usado no combate ao intruso – as chamadas células da memória – para garantir que, se ele nos voltar a atacar, a resposta é mais rápida e eficaz.

 

O caso da covid-19

É por isso que tens ouvido dizer que quem é infetado com covid-19 fica imune durante uns tempos. Ainda recentemente, um estudo feito em Portugal, pelo Instituto de Medicina Molecular, apontava para que os anticorpos contra a doença permanecessem no nosso organismo até cinco meses.

No entanto, não é certo que durem tanto tempo. Nem é certo sequer que 100% das pessoas que contactaram com o vírus tenham anticorpos, ou imunidade, durante um dado período. Como este vírus ainda é muito recente, será preciso fazer mais estudos até termos certezas sobre o assunto.

 

E a vacina?

Pois, essa é a outra forma de garantirmos a imunidade – e como saberás já há milhões de pessoas pelo Mundo fora a serem vacinadas. Mas as vacinas não funcionam todas da mesma forma. A da Pfizer e a da Moderna, por exemplo, atuam por RNA mensageiro. Já a da AstraZeneca recorre a um adenovírus alterado.

Descodificando, da forma mais simples possível: as duas primeiras fornecem ao nosso organismo uma espécie de código para que as células possam produzir as tais proteínas que funcionam como anticorpos contra o SARS-CoV-2; na terceira, recorre-se a um outro vírus, que é reduzido a uma forma mais suave e alterado geneticamente para que, ao entrar em contacto com o nosso corpo, estimule a produção dos anticorpos de que precisamos para travar a covid. Brilhante, não?

 

Texto: Ana Tulha