As aulas estão aí, com novos manuais e novas matérias. Depois, chegam os testes. E estudar bem não é igual a estudar muitas horas seguidas, só tens de saber qual a estratégia que funciona melhor contigo.

O TAG falou com o professor Renato Paiva, autor de vários livros sobre a escola e o estudo, como “O segredo para alcançar sucesso na escola” (2017), e dá-te algumas dicas para saberes como aproveitar da melhor maneira o tempo de estudo. E também há uns “recados” para os teus pais…

Organiza-te, não deixes tudo para a véspera

“Deixar o estudo para a última da hora e acumular muita matéria faz com que o esforço cognitivo seja muito maior para o tempo que se tem”, por isso, o melhor é ir estudando aos poucos. Outra vantagem é que assim não precisas de faltar na véspera dos testes a atividades de que gostas, como o ballet, a natação ou o futebol. Aliás, “faltar para estudar não ajuda em nada”, defende Renato Paiva, pois transmite a “insegurança dos pais” de que “tu não estás preparado”.

Descobre o teu perfil

O que funciona melhor contigo: fazer resumos ou esquemas? Ouvir a explicação de amigos ou estudar sozinho? Deves fazer experiências para perceber o que resulta melhor. “Às vezes estudam muito tempo porque estudam mal, não estudam de maneira apropriada a eles próprios e têm de fazer um esforço maior para chegar ao mesmo resultado”, explica Renato Paiva. E atenção a um “erro” dos pais: “ensinam os filhos a estudarem como eles estudavam, mas as estratégias que funcionam para uns não funcionam para os outros”.

Saber demonstrar o que sabes

Quando estudas tens o objetivo de chegar ao teste e saberes demonstrar o que sabes, ou seja, “deves treinar a responder a perguntas, treinar a responder a problemas porque diferentes perguntas envolvem diferentes respostas”. Não basta decorar a matéria, é preciso saber aplicar o conhecimento. O professor e orientador educacional lembra que “muitas vezes os alunos sabem mas não entendem a pergunta e são penalizados, não por falta de conhecimento mas na aplicação do conhecimento”.

Distrações e pausas

O bico do lápis parte, a borracha cai no chão… há momentos durante o estudo em que a concentração falha. “Deves parar e voltar”, pois “há quem consiga aguentar 45 minutos, outros só conseguem 20, e de 20 em 20 minutos é preciso fazer pausas para o estudo ser eficiente”, aponta Renato Paiva. Outro conselho: não comeces a estudar com fome, sede ou sem ires antes à casa de banho, senão a concentração vai estar comprometida. Mas atenção que “o excesso de açúcar não é benéfico, comer um pacote de gomas antes de estudar não ajuda nada”.

Tecnologia, sim ou não?

Sim, mas com moderação. O professor Renato Paiva destaca que as tecnologias “ajudam a tornar o estudo menos monótono e mais apelativo pelo uso do multimédia” e que “as plataformas de aprendizagem têm materiais e conteúdos preparados” mas tem o “inconveniente de se estar disponível para conversa, mais uma música, mais um joguinho….”

Texto: Sandra Alves