Armas nucleares, uma ameaça global

Bombas potentes, destruidoras e explosivas (mais explosivas do que todas as outras). O poder delas é tremendo e cruel. Por isso, o Mundo está unido para impedir o seu uso. Em tempo de guerra, o assunto volta à ordem do dia.

 

A sua composição é complexa, reações químicas intrincadas e não visíveis a olho nu, fissão e fusão nucleares de efeitos altamente nocivos, resultados devastadores para a Humanidade. As armas nucleares são bombas que revelam o lado mais perverso e desumano do Homem. São dispositivos com um poder de destruição terrível, que libertam energias brutais como uma onda que explode, uma luz que cega, um calor que derrete, uma radiação que mata. A ameaça existe, sobretudo em contextos de guerra. E as campainhas vermelhas soaram recentemente, ao de leve, no contexto do conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Mas o bom senso continua a imperar.

 

Hiroxima e Nagasaki

 

É uma página negra, muito negra, na História mundial. Duas armas nucleares, as únicas usadas até hoje, duas cidades completamente arrasadas, milhares de mortes, o Mundo em choque. Na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos bombardearam Hiroxima e Nagasaki, no Japão, com apenas três dias de diferença. A 6 de agosto de 1945, uma bomba de fissão de urânio explodiu em Hiroxima. A 9 de agosto de 1945, Nagasaki era arrasada com uma bomba de fissão de plutónio. Dias que o Mundo nunca mais esquecerá. E nunca mais quererá repetir.

 

O relógio do fim dos tempos

 

Chama-se Relógio do Juízo Final e mede, de forma simbólica, o fim dos tempos, tendo em consideração as grandes e mais perigosas ameaças à Humanidade, como é precisamente o caso das tensões nucleares – além da pandemia de covid-19, a crise climática, a guerra na Ucrânia. É atualizado todos os anos, ponderando todos esses riscos que se colocam à sobrevivência humana.

Quanto mais os ponteiros se aproximam da meia-noite, pior. Este ano, o grupo de cientistas atómicos que trata deste relógio revelou que o Mundo está apenas a 90 segundos da meia-noite. Os ponteiros podem distanciar-se dessa hora, retrocederem segundos ou minutos. Tudo depende de como a Humanidade se comporta para que este relógio, uma espécie de metáfora do fim do Mundo, nos dê boas notícias.

 

 

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Há nove países no Mundo com armas nucleares, com a Rússia e os Estados Unidos da América à cabeça, concentrando 90% das ogivas que se saiba existirem na Terra. Rússia à frente com cerca de 6200 ogivas, Estados Unidos com pouco mais de 5500. Reino Unido e França são os dois países europeus com armas nucleares. Israel, Paquistão, Índia, China e Coreia do Norte perfazem o grupo dos nove. E porquê? Por motivos de segurança e de estratégia militar. Estes têm sido os grandes argumentos apresentados pelos países que guardam este armamento altamente perigoso e superpotente – que, a bem do Mundo, não tem sido utilizado.

 

A guerra e suas tensões

 

A ameaça nuclear veio ao de cima com a invasão da Rússia e a guerra na Ucrânia. Volta e meia, o assunto surge nos discursos dos mais altos responsáveis que “comandam” as operações deste combate que dura há quase um ano. Putin fez questão de lembrar que a Rússia é uma potência nuclear, a maior do Mundo, acabando por deixar no ar que só usaria armas de destruição maciça em resposta a um ataque. Será verdade?

Por seu turno, os Estados Unidos avisaram que a ameaça é real, mas que não há qualquer indicação concreta e palpável que isso venha a acontecer (seria o apocalipse). Até o Papa Francisco se pronunciou sobre o assunto, avisando que seria uma loucura usar armas nucleares. Até ao momento, o bom senso tem imperado, a bem da Humanidade, apesar dos ataques, mísseis lançados, cidades destruídas, e tantas mortes nesta guerra sem fim à vista.

 

Texto: Sara Dias Oliveira
Foto: Santiago Silver/Adobe Stock, AP/Força Aérea dos EUA, AP/Stanley Troutman