Fóssil com 300 milhões de anos no Douro

Fóssil com 300 milhões de anos no Douro

Uma equipa de investigadores portugueses encontrou o fóssil de um novo grupo de plantas no Douro, região de São Pedro da Cova, em Gondomar. A descoberta ocorreu junto a umas antigas minas de carvão e o fóssil, com cerca de 300 milhões de anos, foi apelidado de “iberisetum wegeneri”.

O fóssil “representa um novo género e uma nova espécie”, explica Pedro Correia, paleontólogo e investigador na Universidade do Porto, que pertenceu à equipa responsável pelo achado. Trata-se de um grupo extinto de plantas, com ligações, ainda que já distantes, ao atual grupo “equisetum”, também popularmente conhecido como planta “cavalinha”.

A nova espécie apresenta caraterísticas peculiares por possuir grandes bainhas foliares, que são a parte da folha que se prende ao caule. Este mecanismo funcionava como “painéis solares” para as folhas maximizarem a captura de luz para a fotossíntese, uma “morfologia funcional resultado da adaptação evolutiva das plantas às condições climáticas e ecológicas do Douro”, acrescenta o investigador Pedro Correia.

O nome com o qual a nova planta foi batizada serve como homenagem a Alfred Wegener, geólogo e meteorologista que foi autor da teoria da “Deriva Continental”, de 1910, que afirma que os continentes, agora separados por oceanos, estiveram um dia ligados numa única massa de terra.

O fóssil encontra-se guardado no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto. O estudo que dá conta da descoberta foi publicado na revista britânica “Historical Biology”.

Texto: Sara Sofia Gonçalves