Há um mundo (e um futuro) entre o real e o virtual

Há um mundo (e um futuro) entre o real e o virtual

A palavra metaverso foi utilizada pela primeira vez em 1992 no livro de ficção científica “Snow crash”. Na obra, as personagens utilizam o mundo do “metaverso” para fugirem de uma realidade que não lhes agrada. O conceito que tenta criar um espaço de vida real dentro do “digital” não está, porém, restrito à ficção científica. Até já existe. E o futuro promete ainda mais ligação entre o físico e o virtual.

Viver num Mundo paralelo

O metaverso é um universo virtual em que as pessoas interagem umas com as outras e com objetos (digitais) através de avatares. O conceito funciona como uma expansão da Internet, onde diversas plataformas – desde salas de conversa, jogos, redes sociais e outras atividades – se juntam num mesmo local. Criamos um avatar e com ele podemos comprar um livro e lê-lo, deslocar-nos a um café e conversar com outros utilizadores ou até adquirir um bilhete para um museu e ter uma obra de arte para a nossa personagem. Já há marcas a fazer lançamento de novos produtos no metaverso. Tudo virtualmente.

 

O que já existe e o que se planeia

Atualmente, a plataforma de jogos digitais Roblox é o mais próximo de metaverso que existe. São quase 50 milhões de jogadores diários, num espaço em que cada pessoa cria um avatar e um mundo que pode partilhar e onde pode interagir com outros. É um lugar paralelo à realidade física onde o objetivo é não apenas ver conteúdos, mas estar “dentro” deles. Já há marcas a fazer lançamento de novos produtos neste universo virtual. Ainda não se sabe bem no que o metaverso se irá tornar, mas o que se perspetiva é que evolua para um um espaço onde é possível ter momentos de educação, lazer ou de negócios, como uma reunião, através das personagens virtuais.

 

O investimento do Facebook


O tema do metaverso ganhou grande destaque recentemente com o anúncio do dono do Facebook sobre o novo nome da empresa: Meta. O objetivo de Mark Zuckerberg é apostar fortemente no que ele considera ser o “próximo capítulo da Internet”. Em cima da mesa está a proposta de alterar a forma como comunicamos, trabalhamos, jogamos, fazemos compras ou nos divertimos. Tudo poderá ser feito com um avatar num único espaço digital que vai procurar imitar a vida real.

 

Os desafios desta realidade

Mas construir um espaço digital com tantas funcionalidades acarreta alguns desafios. Desde logo uma Internet mais rápida, já que a atual velocidade conseguida não deverá ser capaz de suportar a quantidade de dados que os futuros mundos de metaverso irão exigir. Outro desafio é garantir que as empresas irão disponibilizar plataformas compatíveis entre si – a única forma de ter várias atividades e funções num só espaço.

 

Realidade virtual, NFT e criptomoedas

A forma como entramos no metaverso pode variar. Pode ser através de um simples ecrã, mas também de dispositivos de realidade virtual ou de funcionalidades de realidade aumentada, que permitem uma maior imersão do utilizador no espaço digital. Este universo paralelo e digital poderá ainda vir a exigir a ampla utilização de NFT (uma espécie de objetos digitais) ou criptomoedas (dinheiro virtual), conceitos atualmente em crescimento.

Texto: Sara Sofia Gonçalves