NATO: O que é e qual o seu papel na guerra na Ucrânia

NATO: O que é e qual o seu papel na guerra na Ucrânia

A NATO voltou a estar em foco devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia. De pendor defensivo, quais são as funções desta aliança e que papel desempenha na guerra que ameaça a Europa?

NATO (também conhecida pela versão portuguesa OTAN) é a sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte. É uma aliança militar criada em 1949, após a Segunda Guerra Mundial, que tinha por objetivo opor-se ao bloco comunista que começava a ser formado. Desde o início que o compromisso é de cooperação estratégica e, na possibilidade de um ataque a qualquer um dos países-membros, de obrigação de auxílio militar mútuo.

Desde a criação da organização, o princípio da defesa coletiva foi apenas acionado uma vez: aquando dos ataques terroristas do 11 de setembro, na sequência dos quais ocorreu a invasão do Afeganistão. Depois disso, missões de paz na Bósnia, auxílio à crise do Mediterrâneo e estabelecimento de um centro de defesa na Estónia são algumas das missões que têm vindo a ser desempenhadas pelas forças da NATO.

Atualmente, fazem parte da organização 30 países, destacando-se os Estados Unidos da América como o mais influente. Até ao final do século XX, eram apenas 16. Com a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1991, alguns países do antigo Pacto de Varsóvia (o equivalente comunista da NATO) foram-se juntando à aliança militar do Atlântico Norte, com extensões em 1999 e 2004. Este alargamento da NATO a leste da Europa foi – e continua a ser – encarado como uma ameaça por Vladimir Putin.

Qualquer possível adesão de mais países fronteiriços com a Rússia à NATO é motivo para ações de intimidação por parte do Governo russo, que as trata como uma ameaça territorial e moral ao regime totalitário imposto por Putin. Finlândia e Suécia são os mais recentes exemplos. Apesar de ao longo dos anos se terem mantido neutrais, os dois países não excluem uma possível adesão ao tratado. Face a essa possibilidade, Putin já advertiu que irá responder com “repercussões políticas e militares”.

O (não) envolvimento no conflito

A questão ucraniana é semelhante e a tensão intensificou-se desde a anexação da Crimeia (território ucraniano) pela Rússia, em 2014, o que levou a NATO a reforçar a sua presença militar nos países-membros de leste, por considerar que é uma região vulnerável de desestabilização por parte do Governo russo – o que se veio, agora, a confirmar com a invasão da Ucrânia.

Apesar de a NATO condenar a invasão de um país soberano, a aliança militar já afirmou, por diversas vezes, que não irá intervir militarmente, dado que a Ucrânia não é membro da organização, apesar de já ter requerido a adesão. No entanto, os membros da NATO têm prestado apoio ao país invadido, enviando armamento, facilitando a aceitação de refugiados e aplicando sanções, sobretudo económicas, à Rússia.

 

Texto: Sara Sofia Gonçalves
Foto: Kenzo Tribouillard / AFP