Quando a “dieta” começa na publicidade

Quando a “dieta” começa na publicidade

Alimentos e bebidas com elevados valores energéticos, de sal, açúcar e gorduras passam a entrar na lista proibida dos anúncios. Escolas, parques infantis, programas televisivos (alguns) abrangidos. Redes sociais também. A tua saúde agradece.

Sabes aqueles cartazes que estás habituado a ver perto da tua escola, com fotos de chocolates e leites de sabores? Ou aqueles múpis [expositores de publicidade protegidos por vidro] com bolachas de fazer crescer água na boca? Ou os anúncios às cadeias de hambúrgueres que vês entre alguns programas de televisão? Isso vai mudar.

A “culpa” é da lei 30/2019, que foi aprovada em março e entra em vigor a 20 de outubro. Escusado será dizer que é tudo para o teu bem. O que é que diz exatamente esta lei? Resumidamente, obriga as empresas a limitar a publicidade – dirigida a menores de 16 anos – de alimentos e bebidas com elevados valores energéticos, de sal, açúcar e gorduras.

 

Escolas, parques, tv, rádio e redes

Mas então, perguntas, onde é que a publicidade vai ser proibida? Nos estabelecimentos de ensino, claro, quer sejam do Pré-escolar ou do Secundário. Em parques infantis também. E nas proximidades (mínimo de cem metros).

A proibição estende-se às atividades culturais e desportivas em que participem menores e a programas de televisão e de rádio com conteúdos destinados a menores de 16 anos. E ainda às redes sociais.

 

Sal e açúcar Q.B.

Que o sal, o açúcar e as gorduras em excesso podem ser prejudiciais para a saúde não deve ser novidade para ti. Mas sabes porquê? Falámos com a nutricionista Iolanda Rodrigues, para conseguirmos ajudar-te a perceber.

O sal, por exemplo, é maioritariamente constituído por sódio. E o sódio é responsável pela retenção de líquidos, que por sua vez pode levar a uma sobrecarga do sistema circulatório e ao aumento da pressão sanguínea – e à hipertensão. Já para não falar noutros problemas ainda mais graves como acidentes vasculares cerebrais, doenças coronárias (relacionadas com o coração), obesidade, doenças renais (rins), cancro do estômago e osteoporose.

E o açúcar? Bem, é verdade que é um importante fornecedor de energia ao organismo, mas, em excesso, pode ser outro veneno. Desde logo por causa das cáries. Mas também pode provocar diabetes, doenças cardiovasculares e problemas de fígado.

 

Cuidado com as gorduras e os produtos energéticos

Também as gorduras têm um lado positivo. São essenciais ao funcionamento do cérebro e do coração e essenciais para a absorção de determinadas vitaminas. Certo, a lógica repete-se. Em demasia são um problema.

Tudo porque o depósito de placas de gordura no interior das artérias dificulta a circulação sanguínea e, em casos mais graves, pode causar um impedimento total da passagem do sangue, originando problemas vasculares graves.

E quanto aos alimentos energéticos (e às bebidas também)? Há alimentos energéticos muito nutritivos, atenção. O problema só se coloca quando são pobres em nutrientes e ricos em açúcares e ácidos gordos saturados. Agora já sabes: cuidado com os abusos.

 

Texto: Ana Tulha

Ilustração: Bárbara R.