Quando o stresse se torna um problema

Quando o stresse se torna um problema

O stresse é um sistema natural do nosso corpo e todas as pessoas o sentem. O que é mau é quando existe em excesso. Conhece as causas, os sintomas e o que deves fazer para reduzir o risco.

O Pedro andava muito triste desde o divórcio dos pais, tinha vontade de chorar a toda a hora e à noite era difícil adormecer. A Ana perdeu o apetite e desinteressou-se das aulas de ballet de que tanto gostava e só pensa em ter boas notas na escola, para entrar no colégio que os pais escolheram. O João tem pesadelos e sente um aperto no peito com medo que os avós ou os pais fiquem com covid-19.

“O stresse está longe de ser um problema de adulto”, avisa a psicóloga clínica Carla Pacheco. “Todas as pessoas o sentem numa ou outra altura da vida. O que é prejudicial à saúde é o stresse em excesso (distresse)”, ou seja, quando é muito frequente ou “se torna tão intenso que não conseguimos fazer as nossas atividades do dia a dia”, explica ao TAG.

 

Quais as causas?

Carla Pacheco diz que “o stresse na infância e juventude pode ter tantas origens como vidas que vivemos”. Mas algumas são mais comuns, como as ligadas à vida escolar e social. E aqui falamos de “expectativas e exigências demasiado elevadas com as notas e desempenho escolar, problemas com colegas e amigos ou excesso de atividades extracurriculares”. Há ainda “questões familiares e alterações na rotina” provocadas por “um divórcio, uma mudança de casa, a perda de emprego por parte de um dos pais ou o nascimento de um irmão”. Atualmente há mais duas coisas que estão a ter um impacto muito negativo, revela a psicóloga: “A pandemia, com o medo de adoecer ou perder quem amamos, e a pressão das redes sociais”.

 

Quais os sinais?

O stresse em excesso e frequente pode causar “náuseas, diarreias, prisão de ventre, alterações do apetite, enurese ou encoprese (o fazer chichi ou cocó sem controlo)”, mas também dores de cabeça, aperto no peito ou na barriga, dores no corpo sem explicação, dificuldade em adormecer ou pesadelos”. Podes sentir ainda “dificuldade em prestar atenção, a perda de interesse no que antes te dava prazer e sentires vontade de chorar com frequência”.

 

Como evitar?

“É importante conversar sobre o que te preocupa com um adulto de confiança”, aconselha Carla Pacheco. Não te esqueças do tempo livre para descansar e para te divertires. E “limitar ao máximo o tempo de exposição aos computadores e telemóveis”. Se o stresse te impedir de viver o dia a dia é importante procurar a ajuda de um profissional de saúde e “não deixar evoluir para um quadro de ansiedade generalizada, fobias ou depressão”.

 

Texto: Sandra Alves
Ilustraçao: Bárbara R.