Queres ser um empreendedor?

Ter uma ideia genial, convencer investidores, desenvolver o negócio e criar um unicórnio pode ser para ti. Explicamos-te tudo.

O que é uma startup?

É um negócio nascido para resolver um problema através de um produto ou um serviço inovador, que apresenta um crescimento muito rápido (e pode transformar-se num unicórnio) ou falhar estrondosamente. Jan Koum, o cofundador do WhatsApp, diz que uma startup é uma sensação: “Dizem que importa mais como nos sentimos do que a idade que temos. A nossa empresa tem cinco anos mas está a crescer depressa e tomamos decisões depressa, lançamos produto, por isso ainda somos uma startup”.

 

É verdade que algumas se transformam em unicórnios?

 

Um unicórnio é um animal mitológico e qualquer startup que atinja um valor de mil milhões de dólares é considerada um unicórnio. O mais valioso unicórnio do Mundo é a Uber, mas também temos dois de origem portuguesa (embora tenham mudado a sede para o estrangeiro): a Farfetch e a Outsystems. Mais de metade dos 279 unicórnios do Mundo estão na China (131) e nos EUA (76). Outros países fortes em unicórnios: Índia (14), Reino Unido (7) e Indonésia (4).

 

Todas são bem-sucedidas?

 

A inovação que está na origem de uma startup é sempre uma incerteza: como é algo novo, o mercado é inexistente e o consumidor pode gostar ou não. Por exemplo, só se vendeu água engarrafada depois de convencer as pessoas que a água da torneira podia ser perigosa. Para serem bem-sucedidas, têm de vender em mercados muito grandes (geralmente, o Mundo todo) e, por isso, algumas das mais famosas são startups tecnológicas ou funcionam online. Ao todo, nove em cada dez startups falham. Em medium.com podes ler alguns relatos sobre startups que falharam e perceber por que razão isso aconteceu. Segundo um estudo americano, a maioria falha por falta de mercado (42%), muitas por falta de dinheiro (29%), outras devido a más equipas para o trabalho (23%) e outras por causa da concorrência (19%).

 

Quando é que uma empresa deixa de ser startup?

 

Algumas definições incluem passar a ter mais de cem funcionários, faturar mais de 50 milhões de dólares por ano e ter mais de cinco anos de existência. Mesmo que a startup continue a inovar e não dependa apenas da ideia inicial, pode passar a ser uma scale-up e amadurecer até se transformar numa empresa convencional. Mas a maioria nasce já com um fim programado, seja a venda a uma empresa grande, seja a entrada em bolsa para pagar aos investidores iniciais.

 

Por que razão é que falham?

 

Um dos maiores desafios das startups é o financiamento. Quem é que vai emprestar-te dinheiro para desenvolveres uma ideia que pode ser tão inovadora mas que ninguém percebe como vai ser bem-sucedida? Os investidores gostam de analisar o potencial de retorno do dinheiro que emprestam e isso nem sempre é fácil com um produto novo. Geralmente, os bancos não emprestam, por isso acabam por ser os chamados “angel investors” ou as empresas de capital de risco a apoiar estes negócios. Estão dispostos a arriscar mais, na perspetiva de poderem receber mais de volta. Também apoiam as startups oferecendo conselhos e experiência de outros empresários, assim como contactos de negócio.

 

Como é que posso ficar rico com uma startup?

 

Essa é a pergunta de um milhão de dólares, como se costuma dizer. Se a incerteza faz parte do espírito da startup, não há garantias de ficares muito rico. E se a maioria das startups falha, há boas probabilidades de ficares muito pobre. Se vale a pena arriscar, só tu saberás, se um dia tiveres uma boa ideia e idade para decidir.

 

Quais são as startups mais valiosas e famosas?

 

As três mais valiosas do Mundo são a Uber, a Xiaomi e a Airbnb. Da lista das maiores constam ainda a Palantir (empresa de software que trabalha para o Governo dos EUA), a Snapchat, a Didi Kuaidi (a Uber da China), a Flipkart (uma espécie de Amazon indiana), a Space X (pertence a Elon Musk e ocupa-se de transportes espaciais), a Pinterest e a Dropbox. Entre as mais famosas de sempre estiveram o Facebook, a Google, a Amazon, a Apple, a Microsoft e até a Coca-Cola.

 

Texto: Erika Nunes

Ilustração: Francisco Araújo