Racismo: Isto não é um filme americano

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Racismo: Isto não é um filme americano

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“O racismo não está a piorar. Está a ser filmado”, disse o ator Will Smith há quatro anos. Uma frase que a morte de George Floyd provou continuar a fazer sentido. Não só nos EUA como no resto do Mundo. Porque a discriminação tem de ser combatida por ti e por todos nós. Sabe como.

De certeza que a notícia não te passou ao lado. George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu a 25 de maio em Minneapolis, depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante quase nove minutos. Foi tudo filmado e difundido pelas redes sociais. Depois, já sabes, sucederam-se os protestos em dezenas de cidades americanas e também aqui em Portugal. O Instagram encheu-se de quadrados negros, numa manifestação virtual de luto, em solidariedade com o movimento Black Lives Matter (vidas negras importam). O objetivo é combater o racismo, a discriminação, o fascismo, a desigualdade e a violência policial. Que existe em todo o Mundo. Mas vamos perceber melhor o que é isso da discriminação e como a podemos combater.

 

Porque se tratam as pessoas de forma diferente?

Por preconceito. Baseado em opiniões que se formam antes de conhecer as pessoas. É um julgamento apressado e muito perigoso, pois não melhora a nossa vida e a da sociedade, acabando por levar a situações complicadas. As pessoas preconceituosas podem tornar-se racistas. Um racista acredita que a sua raça é superior às outras. E não te esqueças que a discriminação racial, religiosa ou sexual é crime.

 

O que é discriminação?

A Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965, no artigo 1ºdiz que discriminação é “qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, económico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”.

 

Há muito preconceito?

Sim. São muitas as pessoas que sofrem por causa da sua cor de pele, raça, sexo, nacionalidade, identidade de género, peso, orientação sexual, etnia e religião. Os racistas diminuem os outros para se valorizarem a si, mesmo quando dizem que é  “a brincar”.

 

Como se pode combater em Portugal?

Começa por não deixar que faltem ao respeito a alguém. Com educação. E podes sempre fazer queixa à polícia. Existem muitas associações e grupos que também podem ajudar. Mas a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial é, em Portugal, o órgão especializado no combate à discriminação racial. Tem por objetivo prevenir e proibir a discriminação racial e sancionar a prática de atos que possam violar os direitos fundamentais de quaisquer pessoa, devido à sua origem racial e étnica, cor, nacionalidade, ascendência ou território de origem.

 

A intolerância está a aumentar?

Sim, em quase todos os países. Por cá, a Comissão Europeia Contra o Racismo e a Intolerância já avisou que o racismo, a discriminação racial e a intolerância estão em crescimento. “O ódio contra muçulmanos e judeus está a ganhar espaço, os membros das comunidades negras da Europa ainda enfrentam preconceitos e discriminação de longa data e as estratégias para os ciganos frequentemente fracassam perante a pobreza e a marginalização, sendo isso ainda pior para as mulheres”, diz o documento.

 

Texto: Filomena Abreu