Por estes dias já deves ter ouvido falar no violento sismo que abalou a Turquia e a Síria, no início da semana. Foi na madrugada de dia 6, quando grande parte da população dormia. A terra tremeu tanto que milhares de edifícios ruíram como castelos de areia.
Foto: Karam al-Masri/EPA
O sismo ocorreu às 4.17 horas ( 1.17 horas em Portugal) e registou 7,8 de magnitude na escala de Richter (o máximo é 10) e foi seguido ao final da manhã de uma réplica igualmente forte, de 7,5 de magnitude. É considerado o maior desde 1939.
Desde então, chegam-nos imagens de amontoados de betão, equipas de socorristas a remover destroços com as mãos em sítios onde ficaram pessoas presas, que tentam a todo o custo resgatar. Têm sido muitas as imagens de sobreviventes retirados debaixo dos escombros. E muitas crianças também.
Mas o balanço é trágico: em três dias o número de mortos já ultrapassava os 20 mil e o de feridos supera os 58 mil.
Foto: Abir Sultan/EPA
A Unicef, agência das Nações Unidas dedicada à proteção das crianças, quer identificar, o mais rapidamente possível, as crianças que estão sozinhas para as reunir com as suas famílias ou garantir-lhes proteção.
Esta semana, todas as escolas das áreas afetadas da Turquia e da Síria estão fechadas, mas a Unicef vai ajudar as crianças a voltarem à escola “assim que for seguro”, o que as ajudará a “restaurar algum sentido de normalidade no meio do caos”.
Nas zonas menos afetadas, há pessoas que recusam voltar a casa com medo das réplicas e do perigo de derrocada e estão abrigadas nos carros ou em tendas, apesar do frio intenso e da chuva.
Foto: Rami al Ssyed / AFP
O cenário é trágico e doloroso, mas a ajuda internacional começou a chegar logo no dia seguinte. Dezenas de países, incluindo Portugal, enviaram equipas técnicas especializadas em operações de busca e salvamento e estão a mobilizar fundos de emergência para dar assistência às pessoas que precisam de abrigo, água e cuidados de saúde.
Foto: Adi Weda/EPA
Nesta zona do planeta é frequente a terra tremer. A Turquia está situada em cima de três placas tectónicas: Eurásia, a parte oriental de África e a Arábia. Quando estas placas se movem, libertam energia e ocorrem os sismos.
E em Portugal? Perguntas tu e muito bem. Segundo Fernando Carrilho, chefe de divisão de geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), “a forma de contacto entre as placas é diferente, o nível de movimentação entre elas é também diferente”.
“Esta zona leste da Turquia tem uma perigosidade sísmica que é considerada elevada à escala global, em comparação com aquilo que acontece na zona de Portugal continental, onde perigosidade é bastante mais baixa”, explicou este especialista à agência Lusa.
Uma boa ocasião para relembrares os três gestos simples de segurança que deves fazer em caso de sismo: baixar, proteger, aguardar. Podes saber mais aqui.
Texto: Sandra Alves