Os monitores de uma só cor, conhecidos como ecrãs azuis da morte, instalaram-se em milhares de computadores de todo o Mundo. Foi o caos. Aeroportos, hospitais, empresas e comunicações afetadas. Vamos explicar-te tudo o que já se sabe.
Como assim foi tudo abaixo?
Após uma atualização do software de segurança da CrowdStrike, cerca de 8,5 milhões de dispositivos que usam o Windows (sistemas operacionais desenvolvidos, comercializados e vendidos pela Microsoft) sofreram um apagão. Instalou-se o caos e os utilizadores não conseguiam usar os seus dispositivos. Embora este número represente menos de 1% de todos as máquinas que operam com este sistema, foi possível ver os impactos económicos e sociais deste apagão. Todos os utilizadores ficaram dependentes do software, atrasando e prejudicando diversos serviços a nível global.
Consequências
Este apagão informático a nível global afetou voos, bancos, serviços de emergência, serviços de telecomunicações e muitas outras estruturas. Sem sistemas, a confusão foi enorme. Filas em aeroportos de todo o Mundo, voos no aeroporto de Sydney, na Austrália, não puderam descolar. Companhias americanas como a Delta e United Airlines foram obrigadas a suspender todos os seus voos. O mesmo aconteceu em muitas linhas de comboio no Reino Unido. Em dezenas de países, linhas de emergência foram afetadas, impossibilitando chamadas de urgência e gerando o caos em diversos hospitais.
Mas o que se passou?
A origem do apagão surgiu no coração do software da Microsoft. Uma falha após uma atualização do sistema de cibersegurança da empresa americana CrowdStrike, impossibilitou os seus utilizadores de usar o sistema abrangendo serviços públicos, privados e individuais, afetando milhões de pessoas direta e indiretamente. Numa nota de apoio ao cliente, a empresa de cibersegurança responsável pelo acontecimento notificou que os seus clientes relataram a presença do ecrã azul, os temidos ecrãs azuis da morte, em todos os computadores com Windows.
Retorno à normalidade e ameaças
Aos poucos, os sistemas estão a ser recuperados e a voltar ao seu funcionamento normal, mas surgiram alertas de cibercriminosos que se podem aproveitar do acontecimento. Este foi o momento perfeito para atacarem enquanto as empresas ou indivíduos se encontravam desprevenidos e sem segurança. As informações dos utilizadores ficaram expostas, podendo prejudicar milhões de pessoas em todo o Mundo.
Pode acontecer de novo?
A realidade é que existe a possibilidade de tudo voltar a repetir-se, visto que, segundo os especialistas, dependemos de um único fornecedor que está sobrecarregado com uma dimensão global. O melhor é estar preparado, adotando medidas de segurança. Faz sempre cópias de segurança dos teus dados e inclui em todos os teus dispositivos softwares antivírus e firewalls. Lembra-te também de atualizar os dispositivos sempre que estes pedirem. E, principalmente, na aldeia global em que vivemos, mantém-te sempre informado sobre a importância da cibersegurança, como te podes proteger e sobre os demais acontecimentos recentes.
Texto: Íris Santos
Foto: Adam Gray/Getty Images/AFP