Um sistema de monitorização e de suporte remoto médico e um programa para idosos que promove o convívio estão entre as 14 aplicações vencedoras da 10.ª edição do programa “Apps for Good” (AFG). O anúncio dos vencedores decorreu a 18 de setembro no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
No primeiro lugar do pódio do Ensino Secundário ficou a equipa da Escola Secundária de Tondela com o “Healthcare Support Center”, que permite a monitorização e apoio remoto médico, em tempo real 24 horas por dia. Esta aplicação venceu ainda o Prémio Tecnológico, que pretende destacar o poder da tecnologia na resolução de problemas do quotidiano. No segundo lugar ficou a aplicação “Consola 4 Live” de Castelo Banco [ler mais abaixo] e em terceiro lugar ficou a app “Carefall” da Secundária de Nelas.
No Ensino Básico, venceu a equipa da Escola Básica e Secundária das Lajes do Pico, no Açores, com a aplicação “reAgir”, que possibilita aos reformados mostrarem as suas habilidades e conviverem com jovens ou outros idosos. Segundo lugar para a app “Patudos SOS” da Secundária de Nelas, seguida da “Myosótis” desenvolvida por alunos da Escola Básica Aver-o-Mar, da Póvoa de Varzim.
Esta solução motivou ainda a atribuição do Prémio Jovem Aluna.PT a Raquel Bettencourt (a terceira na imagem, a contar da esquerda), numa iniciativa que pretende destacar a participação das raparigas no universo da tecnologia.
Já o Prémio Melhor App 2.0, destinado a equipas da edição anterior que voltam à competição com novas soluções ou desenvolvimentos às propostas feita no ano passado, a grande vencedora foi a “Park Everywhere”, da Escola Secundária de Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, para tornar o estacionamento mais simples e acessível.
“Brainy School” venceu o Prémio do Público. Foi apresentado pela da Escola Básica de 2º e 3º Ciclos Dr. Horácio Bento Gouveia, na Madeira, e mostra a data dos momentos de avaliação e o mapa da escola com os vários serviços/edifícios.
O projeto “Semáforo de Poluição”, desenvolvido pela Escola Secundária Infante D. Henrique, do Porto venceu na categoria de “Electronics for All”, criada este ano, em parceria com a Synopsys. Objetivo: construção de um protótipo baseado em sensores de baixo custo para efetuar a medição dos níveis de poluentes atmosféricos e sonoros no exterior.
Na categoria “Climate&Energy”, com o apoio da Galp, destacou-se a “raZI”, da Escola Secundária da Maia, com um protótipo que mede diferentes parâmetros físico-químicos de massas de água e envia os dados para uma aplicação móvel. É alimentado por um painel solar, tornando-o energeticamente independente.
A Escola Secundária Nuno Álvares, em Castelo Branco, recebeu o prémio de “Melhor App em Estabelecimento Prisional” com o projeto “Consola 4 Live”, para atender às necessidades de pessoas com diferentes tipos de limitações físicas ou cognitivas.
Na categoria “Melhor App das Comunidades Portuguesas”, a solução vencedora foi a “Crescemos Juntas”, da Escola Portuguesa de Moçambique, que consiste numa aplicação informativa sobre a gravidez precoce, num país com 46% das mulheres a terem filhos antes dos 18 anos.
“É extraordinário poder testemunhar o progresso do Apps for Good ao longo destes 10 anos”, sublinha João Baracho, diretor-executivo do CDI Portugal, citado em comunicado. “O nosso foco e missão passam pela inovação do modelo educativo, incentivando as escolas a adotar metodologias de ensino mais práticas e aproximadas da realidade, e de possibilitar a todos os alunos uma experiência educativa e pedagógica transformadora, que lhes permita ganhar a confiança e as competências essenciais para que uma ideia se transforme num produto para o bem da sociedade”.
Em 10 anos, o programa “Apps for Good” já alcançou 28.411 alunos e 1856 professores e motivou a criação de mais de três mil soluções tecnológicas. As inscrições para a 11.ª edição já estão a decorrer.
Texto: Sandra Alves
Fotos: Facebook/cdiportugal