O universo é um palco sem fim para acontecimentos bonitos à vista, cientificamente complexos, que só acontecem em condições muito específicas. A Natureza também tem os seus momentos e caprichos lá em cima.
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Ventos e gases
A aurora boreal é um fenómeno atmosférico que se mostra com luzes coloridas e desenhos luminosos no céu. São momentos únicos que só acontecem no hemisfério norte do Planeta, em regiões localizadas em altas latitudes: Islândia, Finlândia, Suécia, Noruega, Canadá, Gronelândia na Dinamarca, Alasca nos Estados Unidos. Boreal significa norte, daí o batismo.
Ora bem, e como é que isso acontece? É a interação química entre ventos solares e gases atmosféricos, presentes na termosfera, que dá origem a tamanha beleza que não é sempre igual quanto à luz e quanto ao formato. De qualquer forma, uma aurora boreal é sempre bonita e só se mostra à noite. No hemisfério sul, a aurora é austral, devido, lá está, à localização. Austral é um dos sinónimos de sul. Chile, Argentina, Austrália e Nova Zelândia são os lugares mais privilegiados para apreciar estas auroras a sul.
As cores do arco-íris
Sol e chuva, chuva e sol, em simultâneo, e ele lá dá o ar da sua graça e mostra-se, bonito e airoso, no céu. A ciência explica. O arco-íris é um fenómeno ótico e meteorológico que se forma quando a luz branca solar entra em contacto com as gotas de água na superfície. A reflexão e a refração da luz fazem o resto, ou seja, dispersam a luz nas suas sete tonalidades: vermelha, laranja, amarela, verde, azul, índigo (entre o violeta e o azul) e violeta.
Há um outro fenómeno, mais raro, que o arco-íris de fogo que acontece apenas quando feixes da luz do Sol refletem em cristais de gelo nas nuvens e num ângulo muito específico. É colorido também e forma uma luz reta acima do horizonte. Há ainda um outro tipo de arco-íris de fogo chamado nuvem iridescente, fenómeno raro que acontece quando a luz lá em cima contorna um obstáculo, neste caso a própria nuvem, e se separa em cores, cientificamente chamada difração.
Sol da meia-noite
Não é um fenómeno de ilusão de ótica, é um fenómeno natural nas zonas polares ao longo do verão. É o sol da meia-noite. Explicação? Há regiões do Planeta que têm dias e dias sem noites, onde o sol é visível 24 horas no período próximo ao solstício de verão. Este acontecimento explica-se pela localização geográfica dos polos – o número de dias com sol da meia-noite é maior quanto mais próximo se está dos polos – e do movimento de rotação, translação e inclinação do eixo da Terra. Tal como a aurora boreal, também só acontece no hemisfério norte do Planeta, em pontos específicos do Alasca, Canadá, Gronelândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Islândia.
Halo solar no México
Também há coisas assim. Foi em setembro do ano passado, no México, um halo solar apareceu no céu, um fenómeno ótico e natural que cria a impressão de um arco-íris ao redor do sol, como um disco solar. É o que faz a refração da luz branca em condições muito propícias que se separa em diversas cores (as cores do arco-íris). Para que aconteça, tem de haver uma camada de nuvens bem altas e pequenos cristais de gelo. Parece simples, não parece?
Quando os astros se cruzam
Quando dois objetos celestes em movimento se cruzam… isso é um eclipse. Ou seja, um astro deixa de ser visível de forma total ou parcial, durante um período de tempo, porque há outro astro que se sobrepõe e faz sombra. É um dos fenómenos astronómicos mais admirados e sempre comentado quando acontece com os dois principais astros celestes, ou seja, o Sol e a Lua.
Texto: Sara Dias Oliveira