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Bots: Os robôs que estão a dominar a Internet

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São programas de computador que desempenham tarefas repetitivas, que imitam a ação do ser humano. Mas claro que no ciberespaço há sempre um lado bom e um lado mau. Assim, há que ter cautela. Porque tanto podem ser úteis e inofensivos, como podem ser usados pelos criminosos para aterrorizar a vida das pessoas.

Bots: O que são e para que servem?

Sabes quando entras num site e te aparece logo uma janela com “alguém” a perguntar se precisas de ajuda? É um bot a simular a comunicação humana. Bot é um diminutivo de robot (em português robô), também conhecido como Internet bot ou web robot. É basicamente um programa ou software concebido para imitar ações repetitivas e pré-definidas, de forma padrão, substituindo assim o que seria o comportamento das pessoas. As tarefas executadas por robôs são tipicamente simples. Por serem automatizados, os bots fazem as coisas muito mais rápido do que nós. No contexto dos programas de computador, podem desempenhar tarefas de rotina, como serviço ao cliente ou, se estivermos a falar de um jogo de computador, podem ser os adversários, criados com a ajuda da inteligência artificial.

O caso do VoiceBot 112

Um exemplo recente em Portugal do uso de bots para nos ajudar foi há pouco anunciado. Os centros operacionais do 112 vão passar a ter um assistente virtual chamado voicebot 112 que, através de inteligência artificial, vai fazer a triagem de chamadas e o respetivo encaminhamento da emergência, seja para uma força policial, os bombeiros ou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), quando os operadores estão ocupados. O robô de voz atuará apenas em momentos de sobrecarga do serviço telefónico. E entrará em funcionamento em janeiro de 2025.

Dimensão, potencialidades e riscos

Estima-se que mais de metade do tráfego da Internet dos dias de hoje é composto por bots de computador. Como já vimos, os bots normalmente imitam ou substituem o comportamento dos humano. E são capazes de executar ações úteis, como automatizar o atendimento ao cliente, a ajudar as empresas e pessoas a pesquisar conteúdos online, como encontrar o preço mais baixo para um determinado produto com poucos cliques, auxiliar na otimização dos motores de busca. Mas tudo tem um lado mau. Assim, também podem aparecer-nos sob a forma de malware. Nesse caso, carregam riscos e podem ser usados para atividades criminosas como: obter controle total sobre um computador, hacking, fraudes, espionagem, roubo de senhas e de identidade, phishing, enviar spam, interrupção e comprometimento de dados, de sites e há até bots capazes de apresentar sites falsos a utilizadores desatentos, espalhando assim as famosas fake news.

Cuidado com as redes sociais

Alguns bots das redes sociais fornecem serviços úteis, como atualizações meteorológicas. No entanto, há um grande número de bots de redes sociais maliciosos disfarçados de usuários humanos que podem ser usados para aumentar artificialmente a popularidade de uma pessoa ou de um movimento, manipular mercados financeiros, impedir a liberdade de expressão, espalhar falsas notícias e assim influenciar a opinião pública e até interferir em eleições.

É importante estar atento

Os robôs maliciosos podem facilmente passar despercebidos, pois estão escondidos dentro de um computador e muitas vezes têm nomes de arquivos ou são idênticos a pastas ou documentos que já gravaste no teu PC. Uma outra forma dos bots infetarem os nossos computadores é através dos downloads. O malware é entregue em formato de download através de redes sociais ou mensagens de email que aconselham a clicar num link. O link é muitas vezes em forma de imagem ou vídeo, com vírus e outros malwares. Se o teu computador estiver infetado com malware, ele pode fazer parte de uma botnet, que basicamente é um número de dispositivos conectados à Internet, cada um executando um ou mais bots.

Há forma de os impedir?

Há algumas. Tem sempre o antivírus em dia, não cliques em links, anúncios estranhos, nem abras imagens de emails que te pareçam suspeitos e desconfia de sites com caracteres estranhos.

TEXTO: Filomena Abreu