E depois do confinamento, o teu cão vai ter saudades?

E depois do confinamento, o teu cão vai ter saudades?

Provavelmente vai ressentir-se, sim. Ainda mais se durante o confinamento lhe alterares muito as rotinas. Percebe o que podes fazer para o poupar a grandes estados de ansiedade. E também há cuidados a ter se o teu patudo for um gato.

Confinamento, parte II. Tu com aulas online, os teus pais em teletrabalho, a família toda em casa, o teu cão excitadíssimo, o teu gato meio estranho, a fugir lá para um canto, como se não achasse grande piada. Afinal, se estas mudanças todas mexem connosco, é normal que o mesmo aconteça com os nossos animais de companhia. Tanto agora como mais tarde, quando regressarmos à rotina e os nossos patudos voltarem a passar grande parte do tempo sozinhos. Será que vão ter saudades nossas? Terão no mínimo algo parecido, sim.

 

Sentimentos, emoções, ansiedade

Quer isso dizer que têm sentimentos? Os especialistas não são unânimes. Mas há algo em que todos concordam: os animais são seres sencientes, ou seja, têm emoções. Já deves ter lido histórias de cães que ficaram à porta do hospital à espera dos donos ou de animais que desataram a chorar a caminho de matadouro. Tudo reações que provam a presença de emoções como o stresse ou a ansiedade. E se um animal passa a comer menos porque os tutores deixam de estar sempre com ele, isso também é revelador, certo? Mesmo que ainda não haja evidência científica que permita usar a palavra “saudade” como a usamos em relação a nós. O que parece consensual é que é mais provável que os cães acusem mais estas sensações. Latidos insistentes ou objetos destruídos são sinais de alerta. Os gatos, pelo contrário, tendem a ser mais independentes. E podem até ter o problema oposto, de estranhar o excesso de gente e a falta de sossego.

 

O que fazer

Em ambos os casos, um bom princípio para evitar dissabores será manter as rotinas durante o confinamento. Continuares a dar a mesma quantidade de comida e à mesma hora, por exemplo, para não o habituares mal… Se não o tens feito, ainda vais a tempo de ir corrigindo aos poucos.

E agora de forma mais específica. Se tens um cão, o ideal é manteres os horários e o número de passeios, ignorá-lo volta e meia – parece cruel, mas se lhe deres atenção a toda a hora ele vai ressentir-se mais -, tratares de lhe arranjar brinquedos que o estimulem para se entreter quando já não estiveres por casa.

Se tens um gato, é importante que o deixes continuar a sair de casa (para o pátio, por exemplo) se ele já estava habituado a isso e que garantas que ele tem um espaço em casa para onde pode “fugir” sempre que quiser estar sozinho. Porque, não te esqueças, nós não somos os únicos a ressentir-nos deste confinamento.

 

Texto: Ana Tulha