É um ano recorde para eleições, mais de 3700 milhões de pessoas serão chamadas a votar. O que está em causa? Decidir quem governa um país, com tudo o que isso implica em termos sociais e económicos.
Portugal, uma já foi, temos outra em junho
O país foi a votos há uma semana, a AD (Aliança Democrática) venceu por margem mínima, o PS sai do Governo, a Direita cresce, a Esquerda perde força. A Assembleia da República vai iniciar funções com uma nova composição de 230 deputados (alguns são repetentes), que têm nas mãos decisões importantes que definem as políticas do país, seja ao nível da educação, saúde, economia, habitação, apoios sociais.
Em junho, entre os dias 6 e 9, há mais um ato eleitoral, desta feita para o Parlamento Europeu. Vinte e sete países, incluindo Portugal, mais de 400 milhões de eleitores, vão às urnas para escolher os 720 eurodeputados que trabalham a partir de Bruxelas, na Bélgica. Uma eleição que determina o rumo da política comunitária, com o tema das migrações e a subida da extrema-direita em vários países em pano de fundo.
Estados Unidos: Biden ou Trump?
A campanha já rola nos Estados Unidos, um dos países mais poderosos do Mundo. A 5 de novembro, dezenas de milhões de eleitores norte-americanos votam para indicar quem ocupará a cadeira da Casa Branca. Há dois candidatos fortes: Joe Biden, atual presidente do país, e Donald Trump, ex-presidente que volta a concorrer. É a 60.ª eleição presidencial dos EUA e um momento importante para o país e para o Mundo, porque ali se definem políticas que têm um forte impacto no Planeta, seja em conflitos e guerras, seja em termos económicos.
Rússia: Putin mantém-se no poder?
A Rússia está a votar durante neste fim de semana. E os olhos do Mundo estão postos nestas eleições por razões fáceis de compreender, sobretudo pela invasão russa na Ucrânia, um conflito que dura há mais de dois anos. Há quatro candidatos nestas eleições presidenciais, entre eles o atual presidente Vladimir Putin, que se recandidata pela quinta vez – e que até mudou a Constituição para que possa permanecer no cargo, caso seja eleito, até 2036. Não é esperada mudança. A repressão exercida sobre a oposição e a sociedade civil tem sido um modelo adotado para perpetuar o poder na Rússia.
Ucrânia, a grande incógnita
Pelo calendário normal, 2024 seria ano de eleições presidenciais na Ucrânia. Tudo indica que o país não irá às urnas para eleger o chefe de Estado. O mandato de Zelensky termina em breve, a 31 de março. A questão é que não há condições para que tal aconteça, a invasão da Rússia mergulhou o país num conflito sem fim à vista e a lei marcial foi decretada. Com este cenário, Zelensky deverá continuar a comandar as tropas e os destinos deste território tão massacrado.
A maior eleição do Planeta (em números de eleitores)
A Índia, no sul da Ásia, é outro país que vai a votos em 2024. A nação mais populosa do Mundo, com cerca de 1,4 bilhões de habitantes, elege o próximo primeiro-ministro entre abril e maio. Ao todo, 945 milhões de eleitores são chamados a decidir. As sondagens indicam que o partido de Narendra Modi permanecerá no poder, sobretudo pelo lado da maioria hindu da população.
Brasil, prefeitos e vereadores
O Brasil tem eleições municipais marcadas para 2024 para eleger prefeitos e vereadores em 5569 cidades. O primeiro turno está marcado para 6 de outubro, o segundo para dia 27 do mesmo mês, nas cidades com mais de 200 mil eleitores em que o candidato não atinja a maioria absoluta dos votos válidos. A presidência do país continua nas mãos de Lula da Silva.
Reino Unido sem data marcada
A hipótese é quase certa. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, informou que haverá eleições em 2024, previsivelmente no segundo semestre do ano, entre setembro e novembro. A data ainda não foi anunciada. O país tem vivido as maiores greves dos últimos 12 anos e a lei da imigração tem aquecido os debates. O que já se sabe é que Theresa May, que foi primeira-ministra, vai sair do Parlamento, depois de 27 anos no Partido Conservador.
México e a primeira mulher
O México tem eleições a 2 de junho e poderá eleger a primeira mulher presidente. Neste momento, as candidatas favoritas são Claudia Sheinbaum, do partido do Governo, e Xóchitl Gálvez, que reúne os principais partidos da oposição. O país poderá fazer história no mais alto cargo da nação.
América e África
A América Central e a América Latina também vão decidir os destinos de vários países nas urnas, entre eles Venezuela, Panamá, República Dominicana, Nicarágua e Uruguai. Em África é ano de 19 eleições, dez são presidenciais e nove legislativas. Países como Senegal, África do Sul, Guiné-Bissau e Moçambique vão a votos ao longo do ano.
Texto: Sara Dias Oliveira
Ilustração: MoreVector/Adobe Stock, Marina Zlochin/Adobe Stock