Acabou de estrear nas salas de cinema um dos filmes de animação mais acarinhados, comentados e premiados dos últimos meses.
“Flow”, do mesmo realizador de “Away”, Gints Zilbalodis, é um filme aparentemente sobre um gato, mas é muito mais: traz uma reflexão silenciosa protagonizada por animais ternurentos e revela que a sobrevivência num mundo em mudança depende da união e da colaboração, mesmo entre os mais improváveis aliados.
Estreado no Festival de Cannes, “Flow – À Deriva” conquistou tanto o público como o júri no Annecy International Animation Film Festival, o maior festival de animação do mundo, tendo vencido o Globo de Ouro de Melhor Filme de Animação e sendo neste momento um dos grandes favoritos ao Oscar de melhor animação em Hollywood, na entrega de prémios que acontece a 2 de março – embora a competição seja fortíssima, mas já lá chegaremos.
No filme, o mundo parece estar à beira do fim, marcado pelos vestígios deixados pela presença humana.
É então que um gato, solitário por natureza, vê a sua casa ser destruída por uma cheia catastrófica, mas encontra refúgio num barco habitado por diversas espécies, com as quais terá de colaborar, apesar das suas diferenças.
Neste barco à deriva, que navega por entre paisagens místicas, os animais terão de enfrentar os desafios e perigos de se adaptarem a um novo mundo.
O filme não tem diálogos, tem sons da natureza, miares, rosnares, mas nenhuma fala, consegues imaginar? Isso torna tudo ainda mais intuitivo e a mensagem mais forte…
Na competição ao Oscar, “Flow” tem como adversários de peso o recordista “Divertida Mente 2” da Pixar, o bonito “Robot Selvagem” da Dreamwork e o novo filme de “Wallace & Gromit”, numa lista que inclui ainda o australiano “Memórias de um Caracol”.
Por isso, se ganhasse fazia história, já que é um filme europeu, criado por cineastas da Letónia, com um orçamento baixo e mudo!
Podes ver o trailer aqui:
Texto: Patrícia Naves