Guerra em Gaza: Hamas e Israel não poupam civis

Guerra em Gaza: Hamas e Israel não poupam civis

Este já estava a ser o início de ano mais sangrento entre Israel e os palestinianos desde 2000. O ataque surpresa do Hamas, no início de outubro, inflamou um conflito com 75 anos que escalou para números trágicos de vítimas e destruição.

Como começou

Tal como o TAG já te explicou, o conflito entre Israel e Palestina tem por base uma disputa sobre a posse do território palestiniano. As raízes dos problemas remontam aos fins do século XIX quando os colonos judeus começaram a migrar para a região, juntando-se a outros judeus remanescentes das invasões históricas. Como não tinham um Estado próprio, tendo sempre sofrido várias perseguições, foram movidos pelo projeto do sionismo – cujo objetivo era refundar na Palestina um estado judeu. Israel afirma que as suas ações são em defesa da sua própria população, os palestinianos acusam Israel de sustentar um regime de perseguição.

O que há de novo?

O 7 de outubro de 2023 é mais um dia negro na história do conflito israelo-palestiniano. O Hamas atacou de surpresa o sul de Israel. Matou 1400 pessoas e levou mais de 200 como reféns para a Faixa de Gaza, território que governa desde 2007.

Israel, conhecido por ter os melhores serviços secretos do Mundo, não conseguiu antever o ataque e declarou guerra ao Hamas, comparando-o ao grupo terrorista Estado Islâmico. Desde então, a Faixa de Gaza tem sido bombardeada dia e noite. E os números são dramáticos: mais de oito mil mortos em três semanas, quase metade são crianças. Os israelitas também impuseram um cerco total à Faixa de Gaza com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade. Mais de 1,4 milhões de palestinianos foram forçados a fugir.

 

Guterres condena “atos terroristas”

António Guterres, secretário-geral da ONU, “condenou inequivocamente os atos terroristas horríveis e sem precedentes do Hamas”, mas lembrou que “não ocorrem no vazio. O povo palestiniano tem estado sujeito a 56 anos de ocupação sufocante”. Israel não gostou e exigiu a demissão de Guterres.

 

Argumentos e receios

A comunidade internacional receia que o conflito alastre a outros países da região. Teme ainda o envolvimento do Hezbollah libanês, aliado do Hamas que também é apoiado pelo Irão, país que acusou Israel de cometer “genocídio”.

 

Sem paz à vista

Ao fim de um mês, a paz entre israelitas e palestinianos parece estar ainda mais longe. Mas o Mundo voltou a olhar para este problema que se arrasta há décadas.

 

Texto: Sandra Alves
Foto: Said Khatib / AFP