Era um momento muito aguardado e foi celebrado com aplausos. “Contacto confirmado (…) amostragem concluída”, anunciou a agência espacial norte-americana NASA quando a sonda OSIRIS-REx entrou em contacto, ainda que por poucos segundos, com o asteroide Bennu, na terça-feira (20 de outubro).
A sonda OSIRIS-REx iniciou a sua viagem em 2016, chegou perto do Bennu em 3 de dezembro de 2018 e só deverá regressar a Terra em 2023 com as amostras recolhidas – serão apenas 60 gramas.
E porque é que esta missão é tão importante? O que é que o Bennu tem de especial?
Bennu foi descoberto em 1999 e é relativamente pequeno, com cerca de 500 metros de diâmetro.
É um dos asteroides mais próximos da Terra, está a 321 milhões de quilómetros de distância, e há estudos que apontam o risco de colidir com o nosso planeta entre 2169 e 2199. A hipótese de impacto é de apenas 1 em 2700 mas conhecê-lo melhor pode ser importante no futuro.
O que mais entusiasma os cientistas é que Bennu é rico em carbono, um composto básico da vida tal como se conhece, e se terá formado nos primeiros 10 milhões de anos da história do nosso Sistema Solar. Ou seja, poderá ajudar a explicar como os planetas do Sistema Solar se formaram e como a vida começou na Terra.
Por outro lado, o asteroide tem sob a sua superfície destroços de outros asteroides ainda mais antigos do que ele.
A missão por agora continua. As amostras do Bennu chegarão a Terra numa cápsula que irá separar-se da sonda OSIRIS-REx e está “equipada” com um escudo térmico e um paraquedas. Data prevista: 2023.
Texto: Sandra Alves
Fotos: NASA