O oceano tem imensas potencialidades na defesa do ambiente, os seus movimentos dão luz, acendem lâmpadas, fazem o Mundo girar. Tal como os ares que circulam pela atmosfera. E Portugal dá cartas nesta matéria.
A Natureza dá, o ambiente é uma alma generosa, e a Humanidade aproveita como tem de ser. Quase tudo o que se mexe tem as suas virtudes, como as ondas que vão e vêm e os ventos mais fortes que fazem rodar estruturas pesadas. Com aparelhos e máquinas feitos à medida, tecnologia sofisticada, alguns cálculos mais complexos, é possível extrair energia da força das marés e dos ares que andam por aí.
Ao largo da costa de Viana do Castelo, já se produz energia no mar para cerca de 60 mil famílias – e sem contrariar o poder da Natureza. O nosso país tem horizontes largos neste capítulo das energias renováveis que são inesgotáveis (até ver), não poluentes e não agridem o meio ambiente.
Plataformas, torres, turbinas
O primeiro parque eólico flutuante da Europa fica a cerca de 20 quilómetros do litoral de Viana do Castelo, numa zona de mar com cem metros de profundidade. Está a funcionar há pouco mais de um ano e, com o aproveitamento dos dons naturais, estima-se uma poupança de perto de 1,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono a cada 365 dias.
Chamam-lhe energia limpa que entra na rede elétrica nacional (a eletricidade que chega às nossas casas) por um cabo de alimentação que liga as três plataformas do parque em alto-mar a uma estação instalada em terra.
Os recursos eólicos nessa área são aproveitados até ao tutano através de bases flutuantes, colunas que são torres com 30 metros de altura, turbinas potentes, as maiores do Mundo, asseguram os entendidos no assunto. É uma central eólica offshore, no mar, portanto, um projeto de 125 milhões de euros que envolve entidades públicas e empresas privadas e conta com financiamento da Comissão Europeia.
Produzir na água para comercializar em terra
Como se aproveita a força dos ventos? Os engenheiros e cientistas sabem como fazer. Parecem moinhos no mar que já aguentaram rajadas de vento de mais de 130 quilómetros por hora, ondas de 14 metros e trabalharam na capacidade máxima durante quatro dias seguidos.
Tudo controlado, tudo certinho, três aerogeradores em pleno e devidamente programados para cumprirem a sua missão durante 25 anos, vida útil estimada. A manutenção é semelhante à de um parque eólico em terra.
As ondas do mar de Viana do Castelo também conseguem gerar energia. Uma empresa sueca tem em curso um projeto inovador de energia das ondas, quer certificar o produto e entrar no mercado. Os planos passam por criar o primeiro equipamento à escala real num centro de investigação em Viana do Castelo.
Essa maquinaria será posteriormente instalada na praia da Aguçadoura, na Póvoa de Varzim. A comercialização dos primeiros conversores de energia das ondas está prevista para 2024. Se tudo correr bem, segue-se a produção em massa.
Retirar energia das ondas? Sim, é possível
As alterações climáticas estão na ordem do dia, como sabes, os cientistas andam preocupados com a subida do nível do mar e com os ciclones que arrancam casas do chão e levam tudo à frente. Contudo, há um lado bom do que se pode retirar da Natureza. Tudo se aproveita, nada se desperdiça.
Como se produz a energia eólica???
A energia eólica ganhou importância a partir da década de 70 do século passado, altura em que a Europa vivia uma grave crise do petróleo. Nesse contexto, o Mundo começou a procurar fontes alternativas de energia.
Aproveitar o vento para produzir energia implica uma série de maquinaria e movimentos mecânicos. Uma caixa ligada a um gerador, torres com pás giratórias, os tais aerogeradores, cabos de alimentação.
As ondas formam-se pela força do vento sobre a água. O movimento que a água faz transporta energia cinética que pode ser captada por dispositivos próprios, é a tal energia das ondas.
Texto: Sara Dias Oliveira