Silêncio no “estúdio”, microfone nas mãos, e uma notícia do Jornal de Notícias para gravar para a TSF: essa missão, quase sempre exclusiva aos jornalistas, foi proporcionada na passada quinta-feira (17) aos alunos do 5º ano da Escola Básica e Secundária do Cerco do Porto. A atividade, implementada pelo Media Lab JN, em conjunto com professores, trouxe aos jovens uma pequena amostra do que é ser jornalista, sendo assim uma maneira diferente de exercitar a leitura, a escrita e a oralidade, falando em público no ambiente escolar.
A atividade contou com uma primeira parte teórica sobre as diretrizes e os requisitos da rádio, além de outras observações do meio jornalístico, para, depois, os alunos escolherem no JN impresso as notícias que mais lhes chamavam a atenção. Uma vez feita a escolha, coube a cada aluno identificar o título, o lead (primeira parte do texto onde constam as informações mais relevantes ), o corpo da notícia e escrevê-la por palavras suas. Com os equipamentos em mãos, como microfone, auscultadores e gravador, os alunos gravaram as suas notícias para depois ouvi-las no formato de noticiário radiofónico TSF.
“Um bocado de vergonha” para gravar, claro, assim aponta Maria Clara, 10 anos, que tinha um pouco de receio de ler a notícia à frente dos colegas. Ainda sim, “ninguém riu”, conclui, pois todos colaboraram para uma atividade em equipa que necessitava de concentração. Para a professora Paula Cruz, coordenadora da Literacia para os Média dos DIC – Domínio de Integração Curricular, a atividade começa por se apresentar proveitosa já nessa atenção: “O simples fato de um aluno ter um microfone à frente faz com que tenha que se disciplinar e pensar o que vai dizer, como vai dizer e se vai ou não ser entendido”.
Além disso, a responsável acredita que este tipo de atividade auxilia os jovens a compreenderem melhor o papel social do jornalista: “Estamos a falar do 5º ano, ainda é o início do caminho, mas acho que eles começam a perceber o jornalista como alguém que diz a verdade e eles próprios criam o mecanismo de defesa para saber o que é uma notícia e uma fonte fidedigna e o que não é”, afirma. Para a docente, “estes são os primeiros passos para que se tornem cidadãos atentos e ativos”.
O Media Lab JN leva há dois anos a experiência mediática à Escola Básica e Secundária do Cerco do Porto, além de atuar há uma década noutras escolas em Portugal. Oferecendo também sessões digitais, devido ao contexto pandémico, o projeto proporciona vivências não só na rádio, como na televisão e no jornal online e impresso. Ancorado na importância da literacia mediática para os jovens, o Media Lab segue na premissa de ensinar a importância dos media na sociedade atual cada vez mais digital.
Notícia escrita por Rebeca Silveira (Media Lab JN)