Três missões chegaram a Marte, depois de terem sido lançadas em julho de 2020 para aproveitar a maior proximidade entre a Terra e o Planeta Vermelho, que acontece a cada dois anos.

Foto: NASA/AFP

Seis meses e 470 milhões de quilómetros depois, foi com muitos aplausos e entusiasmo que os Estados Unidos festejaram a aterragem do seu veículo “Perseverance” (Perseverança) em Marte (dia 18), na oitava missão norte-americana a este planeta. Irá procurar vestígios microscópicos de vida que outrora poderá ter existido e recolher rochas para trazer de volta à Terra, o que só esta agendado para a próxima década. A aterragem foi transmitida em direto pela NASA.

Foto: NASA

A grande novidade é o pequeno helicóptero Ingenuity (Engenho), que parece um grande drone e será a primeira aeronave a testar voo controlado noutro planeta.

Composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas, mede 1,2 metros de uma ponta à outra de uma hélice e pesa apenas 1,8 kg. Outra curiosidade: as hélices giram a uma velocidade de 2.400 rpm (rotações por minuto), cerca de cinco vezes mais rápido do que um helicóptero normal.

Está equipado com painéis solares para recarregar as suas baterias e também pode tirar fotografias e vídeos.

Foto: NASA

O veículo da NASA transporta ainda a “mini-fábrica MOXIE”, que criará oxigénio a partir do dióxido de carbono presente na atmosfera de Marte, com vista a que esse seja depois usado em aparelhos futuros mais capazes, não só para respiração humana, mas também para produção de propelentes para foguetões e naves espaciais.

Poucos minutos após a chegada a Marte, o “Perseverance” transmitiu as primeiras imagens!

Foto: NASA

A sonda chinesa Tianwen-1 foi a segunda a “entrar com sucesso na órbita de Marte”, no dia 10. Também inclui um veículo motorizado que, daqui a alguns meses, irá tentar aterrar em Marte – se tal acontecer, a China será o segundo país a conseguir tal feito, depois dos Estados Unidos da América.

A aterragem no solo marciano é difícil e o veículo chinês tem paraquedas, retrofoguetes e “airbags”, equipamento que usará para aterrar numa área rochosa chamada Utopia Planitia, o mesmo local onde o veículo norte-americano Viking 2 aterrou em 1976.

O veículo da missão Tianwen (que significa “procura pela verdade celestial”) é do tamanho de um carrinho de golfe, trabalha a energia solar e deverá estar cerca de três meses em funcionamento.

A missão já enviou para Terra as primeiras imagens a partir da órbita de Marte.

Foto: Agência Espacial da China/AFP

A sonda “Amal” (Esperança) foi a primeira a entrar na órbita de Marte (dia 9) e marca a estreia espacial dos Emirados Árabes Unidos. Este país árabe divulgou uma imagem do planeta “tirada pela primeira sonda árabe da história” que mostra “o maior vulcão do sistema solar, Olympus Mons, emergindo à luz do sol da madrugada”.

Foto: Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos/AFP

“É um passo para um objetivo muito mais ambicioso: a criação de uma colónia humana em Marte dentro de 100 anos”, escreveu na rede social Twitter o emir do Dubai, Mohammed ben Rached al-Maktoum.

A sonda “Amal” não vai aterrar no planeta vermelho. É do tamanho de um veículo todo-o-terreno e está equipada com três instrumentos que vão monitorizar a atmosfera marciana. Prevê-se que comece a transmitir informação em setembro.

Texto: Sandra Alves