Os últimos reis (e rainhas) da Europa

Os últimos reis (e rainhas) da Europa

As monarquias são regimes cada vez mais raros. No Velho Continente os dedos das mãos sobram para contá-las. A do Reino Unido é a que mais vezes salta para as notícias, mas há outras que merecem destaque.

Foi o último escândalo a abalar as (poucas) monarquias que restam na Europa. No Reino Unido, o príncipe Harry e a mulher, a americana Meghan Markle, abdicaram dos títulos e funções reais e anunciaram que querem passar a viver como “cidadãos comuns”. Assim será, a partir de terça-feira dia 31, data em que se torna oficial a perda do título de Sua Alteza Real para ambos.

Harry deixa assim de ter possibilidade de algum dia poder subir ao trono, o que já era complicado pois estava na terceira linha de sucessão, a seguir ao pai, Charles, e ao irmão mais velho, William. A avó, Elizabeth II, não só é a rainha mais velha da Europa como é a monarca há mais tempo em funções em todo o Mundo. Tem 93 anos, completa 94 a 21 de abril, e foi coroada em 1953, sucedendo ao pai, George VI. Não tem funções executivas, apenas protocolares, e é também rainha de outros 15 países ou territórios de língua oficial inglesa, a chamada Commonwealth: Antígua e Barbuda, Austrália, Baamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Saint Kitts and Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Ilhas Salomão e Tuvalu.

 

As outras cabeças coroadas

Além do Reino Unido, outras monarquias ainda subsistem na Europa. Aqui ao lado, em Espanha, Felipe VI, 52 anos, é o rei no poder. Sucedeu em 2014 a Juan Carlos I, que deixou voluntariamente o trono a favor do filho, ele que detinha a coroa desde 1975, quando o ditador Francisco Franco morreu e a monarquia foi restaurada no país. Juan Carlos ganhou destaque ao garantir que a Espanha transitasse de forma pacífica para uma democracia plena e quando, em 1981, reafirmou a natureza democrática do reino aquando de uma tentativa de golpe de Estado protagonizada por apoiantes do antigo regime.

Os países escandinavos são outros onde existem reinos (a única exceção é a republicana Finlândia).

Na Dinamarca, Margareth II, 79 anos, é a rainha em funções desde 1972, a segunda mais antiga da Europa depois de Elizabeth II. Já na Suécia, Carl Gustaf XVI é o senhor da coroa. Tinha apenas 27 anos quando sucedeu ao pai, Gustav Adolf VI, em 1973, e já entrou na História como o rei que mais tempo ocupou o trono sueco. Na vizinha Noruega, Harald V, 82, é dono do título de rei desde 1991.

Nos Países Baixos, o trono é Willem-Alexander desde 2013, depois de a seu favor ter abdicado a mãe, a rainha Beatrix.

Finalmente, na Bélgica também há um rei, Philippe, 59 anos, consagrado em 2013, após o pai, Albert II, ter abdicado por razões de saúde. No entanto, Philippe não é o rei da Bélgica enquanto país mas sim dos belgas enquanto povo, designação adotada desde a independência do país, em 1830.

Portugal também foi uma monarquia desde a sua fundação como nacionalidade, em 1143, até 1910, quando uma revolução levou à instauração da República, regime que vigora até aos dias de hoje. O nosso último rei foi D. Manuel II.

Texto: Pedro Emanuel Santos