A 9.ª edição do Play, Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa, chega, entre os dias 12 e 20 do mês corrente, às salas do Cinema S. Jorge e da Cinemateca Júnior e o convite é para “avós, pais e filhos”.

Nesta edição, haverá, pela primeira vez, sessões em Língua Gestual Portuguesa. “Apostamos na acessibilidade e queremos um Play para todos”, sublinha Teresa Lima. Mas as novidades não se esgotam aqui. A fundadora e diretora do festival, juntamente com Catarina Ramalho e Tânia Afonso, realça a estreia do ciclo Cine-Poesia, com homenagem a Manuel António Pina. Além da leitura de poemas, há vitrinas com objetos que pertenceram ao jornalista e escritor portuense e ainda algumas surpresas.

O mote do festival, “Cinema para sonhar”, não é novo, mas mantém o objetivo de mostrar que, mais do que para educar, esta arte serve para sonhar. “Porque nos sonhos também se muda o Mundo.”

Bullying, identidade de género e medo são os temas em destaque e, segundo Teresa Lima, a ideia é mostrar que “o cinema serve como ponte para a coragem e para outras realidades”.

Além de 130 filmes, estão à espera dos mais novos e das famílias ateliês, cine-concertos e conversas com realizadores, para conhecer quem está por trás dos filmes assistidos. Nos ateliês – de cinema de animação, onde se “inventam histórias a partir de desenhos”, e de dobragens, para se perceber “o que é preciso para pôr as personagens a falar” -, os mais pequenos podem “experienciar e pensar o cinema”.

A diretora do festival diz que “a loucura” sempre foi a programação para bebés. “Porque não existia nada semelhante e os pais sentem necessidade de sair.”

Até aos cinco anos, “O meu nome é medo” ensina que uma emoção por vezes difícil de compreender pode “desempenhar um papel muito importante”. Dos seis aos nove anos, “Kiko e os animais” fala do bullying. Para os mais velhos, até aos 13 anos, o filme “RapazRaparigaMix” é sobre uma criança “feliz por poder escolher o seu género”.

Para a edição de 2022, Teresa Lima espera conseguir chamar o público que acompanhou o Play até ao início da pandemia. “No ano passado, tivemos uma quebra de mais de 50% no público, mas agora é importante mostrar que a Cultura e o Cinema S. Jorge são seguros.”

Festival Play
De 12 a 20 de fevereiro. A partir de 2,80 euros
Cinema S. Jorge e Cinemateca Júnior, Lisboa

Texto: Sara Sofia Gonçalves