Esta semana os incêndios florestais voltaram a ser notícia. Tem havido muitos e são grandes. Portugal está a passar por um período de seca e falta de humidade nos terrenos, aliado ao calor e a ventos fortes, que tem ajudado as chamas a alastrar e dificultado o seu combate pelos bombeiros.

Quais foram os fogos mais graves?

O dia 17 de junho foi muito quente, um dos mais quentes de sempre desde que há registo. Houve um incêndio muito grave em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, que depois alastrou às terras vizinhas e que demorou vários dias a apagar. Em Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, o fogo também atingiu uma área muito grande. Em Góis foram precisos cinco dias para apagar as chamas.O passado domingo, dia 15 de outubro, foi o pior dia do ano – com centenas de incêndios a acontecer ao mesmo tempo. O Pinhal de Leiria ardeu quase todo. Os concelhos de Oliveira do Hospital, Santa Comba Dão, Penacova e Viseu foram dos mais afetados. Além da floresta, arderam casas, fábricas e armazéns.

Porque é que isto aconteceu?

Os especialistas em fogos florestais investigaram o incêndio de Pedrógão Grande e há algumas conclusões que podem ajudar a perceber porque é que isto aconteceu. Houve uma falha nas comunicações, impedindo que o auxílio tivesse chegado a zonas onde fazia falta e houvesse melhor coordenação dos bombeiros. No início deste incêndio, as pessoas responsáveis não perceberam logo que o fogo era muito grave e por isso não enviaram os bombeiros suficientes para o apagar.

Alguém se magoou? 

Os fogos destes dois dias ficam na história do país por um triste motivo. Nas duas situações morreram pessoas, mais de 100. Umas tentavam fugir, outras estavam a combater o fogo. E quase 300 pessoas ficaram feridas com queimaduras ou foram afetadas pelo fumo.

Como evitar que a situação se repita?

O Governo e a Assembleia da República já aprovaram e vão criar mais leis para defender melhor a floresta dos fogos. Os especialistas propõem uma maior vigilância, que haja bombeiros mais bem preparados e que sejam criadas equipas de salvamento para ajudar as pessoas. Os cidadãos também devem saber mais sobre como agir nestas situações.

O que deves fazer em caso de incêndio florestal?

Se estiveres numa casa, numa área florestal, tu e os adultos devem manter a calma, avisar as autoridades e seguir as indicações que forem dadas. Os especialistas consideram que a habitação é o lugar mais seguro, se não houver indicações para a abandonar. Há conselhos nos sites da Proteção Civil e da Deco, por exemplo, sobre a melhor forma de agir. Molhar as paredes e os arbustos que rodeiam a casa e fechar as portas e as janelas são dois dos conselhos. Pede aos teus pais, ou professores, para procurarem mais informação sobre o que se pode fazer nestes casos. Se não estiverem numa zona florestal, podem procurar informação na mesma, mas sobre os incêndios urbanos.

Como prevenir os fogos nas florestas?

Todos podemos contribuir para evitar os fogos nas florestas. Fumar e fazer fogueiras são responsáveis pela maior parte dos incêndios, por isso são ações que não se devem fazer. Além disso, lançar foguetes ou fogo de artifício perto das florestas também é muito perigoso. Temos ainda de ter cuidado com o lixo: um pedacinho de vidro partido pode ser suficiente para atear um fogo. Porque os raios de Sol passam pelo vidro como se fosse uma lupa e começam a queimar as ervas ou ramos que estão no solo. As crianças não devem brincar com fósforos ou com isqueiros nem ficar sozinhas em casa, e este conselho vale para quem vive perto da floresta ou em qualquer outro local.

Texto: Ana Gaspar

Foto: Nuno André Ferreira/Lusa