Trabalhou como eletricista e na CP, mas foi nos palcos que Fernando Rocha subiu os degraus da fama. Aos 46 anos, o humorista é reconhecido por todos, até porque há muito que conquistou espaço na televisão. Primeiro, a fazer rir e, mais recentemente, nas novelas, estreando-se na representação em “Amor, amor”, na SIC.
Conquistas distantes daquilo que queria ser quando era criança – arquiteto. “Cheguei a tirar um curso de desenhador e a trabalhar com uma empresa que fazia cozinhas. Era eu que ia a casa das pessoas e fazia o design, em 3D e 2D”, revela. Hoje em dia, ainda tem “um programa amador no Macintosh” a que recorre sempre que quer fazer uma obra em casa, elaborando o próprio projeto. É uma área que ainda o cativa mas, como sublinha, a carreira seguiu outro caminho e o artista não tem dúvidas de que adora o que faz profissionalmente.
À margem dos sonhos de infância, era “um miúdo terrível”. “Peguei fogo à escola. Era rebelde, batia nos outros miúdos e fazia coisas horríveis. Eu era cruel”, relembra, orgulhoso de se ter tornado um adulto melhor. “Os anos passaram e mudei com a consciência humana, quando comecei a perceber as coisas e aquilo que fazia. Comecei a filtrar e, hoje em dia, é o contrário, defendo os mais fracos.” Consciente do passado, garante que ganhou juízo “quando chegou a altura”.
Entre rebeldias, Fernando Rocha “era muito bem-disposto e agradável”. Nessa altura, “era o palhaço da turma e, por estar sempre a enviar piadas, acabava expulso das aulas”, conta. Além disso, quando fazia amizades, “era até à morte”.
Texto: Sara Oliveira