Nascido e criado na Ilha Terceira, o argumentista e comediante Luís Filipe Borges não esconde o orgulho das raízes açorianas que inspiraram a série “Mal-amanhadas”, em exibição agora na RTP1, e que assina juntamente com Nuno Costa Santos e o irmão, Alexandre Borges.
Da infância na terra natal guarda muitas memórias, algumas avivadas pelas fotografias. Entre elas, uma que foi tirada quando “teria cinco anos, na sala de estar da casa açoriana”. “Foi o meu pai quem tirou. A minha mãe acha que ele tem muito jeito para a fotografia, o enquadramento e a composição vêm lamentavelmente discordando dessa opinião há várias décadas”, partilha o protagonista.
Em criança, Luís recorda que era “tímido e bem comportado”. “Os meus pais contam que ficava entretido com os brinquedos e arrumava tudo muito eficazmente. Algures na vida, estraguei tudo [risos].” Nessa altura, já gostava de fazer filmes quando brincava com o irmão, Alexandre, três anos mais novo, e que é também argumentista: “Passávamos a vida trancados no sótão com centenas de bonequinhos que conservamos até hoje e que são, de longe, os nossos brinquedos favoritos. Tinham nomes, profissões, relações, clubes de futebol. Cada um construía a sua cidade, com um rio a separá-las, e a nossa diversão era simular o quotidiano deste mundo alternativo – a que chamávamos Omega, marca do relógio do nosso pai”.
Luís Filipe Borges, a quem muitos tratam por “Boinas”, cresceu e veio estudar para Lisboa, ficando a viver no continente. O primeiro filho, Tomé, nasceu em Lisboa, em janeiro deste ano, e é em Porto Covo, onde é “imensamente feliz” que Borges está agora a morar, enquanto a casa que está a construir na margem Sul não está pronta. No Alentejo reconhece que se sente “quase nos Açores”, que pretende visitar em abril para a mãe conhecer o neto.
Texto: Sara Oliveira
Foto: Paulo Spranger/Global Imagens
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