Foi como mãe de André, na série da RTP “Causa própria”, ou como Rita, na novela da TVI “Festa é festa”, que Margarida Moreira entrou no último ano em casa dos portugueses através do pequeno ecrã. Mas a sua carreira é vasta e recheada de papéis no cinema e no teatro.
A atriz recorda que foi “uma criança tímida, demasiado sensível até, com um mundo enorme e muito fértil dentro de si”. Era feliz quando brincava com os amigos e primos, principalmente nas férias de verão. “Na escola, não fiz logo muitos amigos, as outras crianças assustavam-me. Lembro-me perfeitamente de, na infantil, achar que as crianças eram más umas para as outras e, durante os primeiros tempos, de me esconder dos outros miúdos. Depois, com o tempo, fui fazendo amigos, mas foi sempre um grupo mais restrito”, descreve. Nessa altura, já preparava “espetáculos, até de música, para os adultos”. “O meu pai também gostava de nos filmar e nós de criar.”
Desde muito cedo, Margarida percebeu que queria ser atriz. “Algo me chamava para imitar os atores que ia vendo na televisão. Até animais eu gostava de interpretar. Ainda hoje, os meus pais falam de um boi que eu imitei para lhes explicar o que tinha visto. E eles dizem que era tal e qual. Sinto que este desejo nasceu comigo”, frisa.
Crescer com uma irmã gémea, a também atriz Anabela Moreira, foi um privilégio. “Acabei por nunca estar sozinha, o que foi bom. Sempre acreditei que a vida me tinha dado um presente.” O único senão era quando as comparavam. “Nunca gostei. As pessoas pediam para nos colocarmos ao lado uma da outra para verem as diferenças, eu ficava toda chateada e dizia que, se queriam ver as diferenças, comprassem o jornal, que tinha sempre uns desenhos para fazerem as diferenças”, revela, recuando até ao momento em que as separaram no infantário. “Foi muito difícil para mim. Costumo dizer que as pessoas que não são gémeas tiveram de aprender a conviver com o outro. E eu, como nasci com o outro, tive de aprender a viver separada, sozinha”, confessa Margarida. Atualmente, admite que os momentos a sós estão entre o que lhe dá “mais prazer”. “Gosto de estar com os outros, mas o tempo comigo é saboreado de outra forma”, explica.
A 24 de novembro, no Mosteiro de Odivelas, estreia o espetáculo “Corredor Horror”, de Michel Simeão. “É do projeto Casa Assombrada e estou muito entusiasmada. Estou também a preparar outro espetáculo, mas será só para o ano que vem, e a tentar repor o espetáculo “Adão+Eva A Experiência”, de João Ascenso”, adianta, certa que o melhor papel “será sempre o próximo”.
Foto: Leonardo Negrão / Global Imagens
Texto: Sara Oliveira
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