Lembras-te da sonda chinesa que no início de janeiro chegou pela primeira vez ao lado mais afastado da Lua? A bordo estão várias sementes para fazer experiências e uma delas brotou pela primeira vez no satélite natural da Terra.
Trata-se de uma semente de algodão e as imagens deste feito inédito foram transmitidas pela televisão chinesa CGTN. No entanto, a semente morreu durante o início da noite lunar, que equivale a 14 dias na Terra.
O brotar da semente foi especialmente importante porque o ambiente na Lua é muito difícil para os seres vivos. As temperaturas podem exceder os 100 graus Celsius, durante o dia, e 100 negativos, durante a noite, para além de maior radiação solar e uma gravidade menor do que na Terra.
A bordo da sonda Chang’e 4 também estão sementes de colza (uma planta usada no fabrico de óleos), batata, uma planta com flor muito usada em estudos genéticos (chamada Arabidopsis), ovos de mosca da fruta e algumas leveduras.
As experiências estão a ser feitas numa espécie de “estufa” espacial, ou seja, as sementes estão dentro de um recipiente capaz de manter a temperatura entre um e 30 graus, permitindo a entrada de luz natural, água e nutrientes.
Outras plantações no Espaço
As primeiras plantas floriram no espaço há mais de 30 anos, quando a tripulação da estação espacial Saliut-7, pertencente à antiga União Soviética, cultivou a bordo algumas Arabidopsis. Duraram 40 dias.
Na estação russa Mir, entre 1996 e 1997, cultivou-se trigo, dando origem a flores e sementes.
Em 2016, a Estação Espacial Internacional conseguiu fazer brotar flores zínias.