Smart cities. Elas estão aí

A tecnologia transforma cidades, cria ambientes interativos, apresenta soluções criativas e inovadoras, em nome do desenvolvimento sustentável. Tudo ligado, todos conectados. Anda daí para saberes mais.

 

O que são, afinal, esses lugares?

Quando se fala de uma cidade inteligente fala-se de uma comunidade que faz um esforço no uso consciente das tecnologias da comunicação e da informação para transformar a vida e o trabalho de forma sustentável. Por outras palavras, produzem-se soluções urbanas inovadoras de maneira integrada. Há sistemas, sensores e botões que não vemos e que gerem a vida de todos. Estamos a falar, por exemplo, de planeamento urbano mais eficiente, da melhoria da sustentabilidade ambiental, da aplicação de tecnologia na educação e na saúde, de dados partilhados e de sistemas de comércio eletrónico mais robustos. O que implica várias coisas: mais participação dos cidadãos, espaços públicos mais seguros, respostas adequadas para os mais velhos, poderes mais atentos e responsáveis.

 

Cá dentro

Smart Cities em Portugal? Há, claro, temos, inclusive, a Rede Portuguesa de Cidades Inteligentes. Há muito trabalho feito. Aveiro, cidade tecnológica, foi o primeiro laboratório vivo da rede experimental 5G em Portugal, tem o primeiro ferryboat elétrico do país, e uma plataforma que monitoriza a qualidade do ar, ruído, temperatura, e consumo de energia.

Águeda apostou em sistemas de rega inteligentes e instalou contadores, igualmente inteligentes, em edifícios públicos. Leiria tem mais de 200 bicicletas elétricas para alunos e funcionários do instituto politécnico e um laboratório para a mudança digital de várias indústrias. Valongo tem hortas biológicas urbanas e um sistema de recolha de resíduos porta a porta.

Viseu apresentou o primeiro transporte público não tripulado do país e tem 400 ilhas ecológicas com sensores para avaliar a quantidade de resíduos urbanos. Lisboa, Guimarães e Porto também estão nesta lista, seja no planeamento urbano verde, seja na eficiência energética, seja na mobilidade mais limpa e menos poluente.

Em Portugal, portanto, já se fala em futuro inteligente e sustentável e há centros de inovação a criar soluções.

 

Lá fora

Exemplos? Há vários. Em Copenhaga, na Dinamarca, os semáforos desligam-se automaticamente quando não há trânsito nas ruas para poupar energia. Um mapa de calor indica a qualidade do ar em toda a cidade. Muitos espaços públicos são iluminados por energia solar e mais de metade da população da cidade anda de bicicleta.

Amesterdão, nos Países Baixos, é, toda ela, a cidade das bicicletas, um grande exemplo de território sustentável, empenhado em substituir veículos movidos a combustíveis fósseis por elétricos ou à base de hidrogénio.

Nova Iorque, nos Estados Unidos, transformou 10 mil telefones públicos antigos numa plataforma interativa com 8400 pontos de conexão de uso público. Singapura tem uma rede de fibra ótica por todo o território e jardins verticais que aproveitam a água da chuva.

 

Conhecimento e inovação

Uma cidade inteligente é um território competitivo em termos económicos. O que é preciso? Várias coisas combinadas entre si. Banda larga para todos, democracia digital. Conhecimento e inovação. Aplicar o que se sabe e inovar para solucionar problemas de uma comunidade. Uma cidade inteligente recolhe dados para melhorar recursos, seja a rede de transportes, seja a água que sai da torneira, seja a qualidade do ar que respira, sejam os serviços públicos, desde escolas a hospitais.

Palavras-chave:

Desenvolvimento sustentável
Tecnologia ao serviço dos cidadãos
Preservação do meio ambiente
Otimização da mobilidade urbana
Redução de desperdício
Poupança de recursos
Conectividade entre serviços, entre cidadãos e governos
Inovação e criatividade
Sustentabilidade e inclusão
Participação e qualidade de vida

 

Texto: Sara Dias Oliveira