Publicidade Continue a leitura a seguir

Uma t-shirt consome a água que bebes em dois anos

Publicidade Continue a leitura a seguir

Sabias que a indústria têxtil é a segunda mais poluente do meio ambiente, logo a seguir à petrolífera? E que para fazer uma só t-shirt de algodão são precisos quase três mil litros de água, mais ou menos o que uma pessoa bebe, em média, em dois anos e meio? Só este setor é responsável por cerca de 8 a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa.

Além de consumir uma grande quantidade de recursos hídricos, o setor têxtil e do vestuário é dos que mais polui: 20% da contaminação da água potável à escala mundial deve-se à utilização de produtos para tingimento e acabamento. Por outro lado, a lavagem de vestuário sintético responde por 35% dos microplásticos primários libertados no ambiente, depositando 500 mil toneladas de microfibras sintéticas nos oceanos todos os anos.

Além disso, 10% das emissões de carbono a nível mundial devem-se à indústria da moda, qualquer coisas como o total das emissões decorrentes dos voos internacionais e transportes marítimos.

Susana Fonseca, da associação ambientalista Zero, aponta o dedo ao consumo excessivo e à velocidade com que as tendências de moda circulam. “A moda muda cada vez mais depressa as tendências, o consumo galopa e isto é o mais prejudicial para o planeta”, atira a ambientalista.

 

Só 1% tem nova vida como roupa

 

Para quem quer ter uma atitude mais sustentável e consciente, o conselho de Susana Fonseca vai no sentido de reutilizar a roupa, vender e comprar em segunda mão, e evitar comprar peças desnecessariamente. Isto porque, desde 1996, o volume de vestuário que cada europeu compra aumentou 40% devido à redução dos preços. Na Europa, cada pessoa compra 26 quilogramas (kg) de produtos têxteis por ano e descarta cerca de 11 kg. A grande maioria (87%) acaba incinerada ou depositada em aterros.

É verdade que “algumas empresas começam a focar-se na redução das emissões de carbono através da reciclagem de tecidos velhos e desperdícios de tecidos e materiais, provenientes essencialmente de fontes como vestuário, pneus, alcatifas, mobiliário, calçado e têxteis-lar”, admite a ambientalista. Mas, ainda assim, estima-se que só cerca de 1% do vestuário seja reciclado para esse fim. Segundo a Comissão Europeia, por cada quilograma de roupa que se reutiliza, estamos a evitar a emissão de cerca de 3 169 kg de CO2 para a atmosfera.

 

Meta da europa para 2025

 

A partir de 2025, nos países da União Europeia, passa a ser obrigatória a recolha seletiva dos têxteis, uma medida que tem como objetivo reduzir o impacto do que vestimos no Planeta. Apoiar materiais e processos de produção circulares, combater a presença de substâncias químicas perigosas e ajudar os consumidores a optar por têxteis sustentáveis são outras metas da Europa.

 

Texto:  Joana M. Soares